Após a grande guerra entre
as torcidas organizadas antes do jogo do clássico entre o Santa Cruz e Sport,
que deixou 12 pessoas e 20 feridas, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE)
convocou uma reunião, nesta segunda-feira (3), para discutir sobre a gravidade
do problema.
Estiveram presentes na
reunião os presidentes Náutico, Sport e Santa Cruz, Federação Pernambucana de
Futebol (FPF), além da Secretaria de Defesa Social e do comando da Polícia
Militar.
Ao abrir a reunião, o
Subprocurador-Geral de Justiça em Assuntos Institucionais, Renato da Silva
Filho, que a presidiu, esclareceu que "o MPPE quer ouvir todas as partes
interessadas por entender a gravidade do problema e acredita que uma solução
construída a várias mãos, com envolvimento da Federação Pernambucana de Futebol
e as agremiações associadas, é o melhor caminho para restaurar a paz social em
dias de jogos. A violência das torcidas organizadas é uma realidade bem
antiga e que, a cada dia, se mostra mais preocupante. A disposição para o
diálogo, mostrada na prática com esta reunião, não significa abrir mão das
investigações e medidas judiciais que devam ser adotadas. O compromisso número
um do MPPE é com o cidadão pernambucano, que não pode ficar refém de
vândalos".
O coordenador do Núcleo do
Desporto e Defesa do Torcedor (Nudtor) do MPPE e do Centro de Apoio Operacional
à Atuação Criminal (CAO Criminal), Antônio Aroxelas, alertou que as torcidas
organizadas dos três grandes clubes já foram extintas por decisão judicial, mas
mudaram apenas o nome e o CNPJ.
"São as mesmas pessoas,
os mesmos cânticos de guerra, mesmo modos de agir, mesmas revanches, etc. Os
clubes não podem aceitar essas pessoas em suas casas, suas festas, comemorações
e dirigentes não devem tirar fotos com elas", comentou. Segundo ele, os
clubes têm a obrigação de banir as organizadas de seus estádios e entregar ao
MPPE um relatório das providências que foi acordado em 2024, firmado justamente
para combater os enfrentamentos em dias de jogos.
Já Roberto Brayner,
coordenador do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco),
pontuou que o Gaeco entrou na investigação sobre as torcidas organizadas.
"Vamos auxiliar a resolver um problema que depende da vontade de todos e
buscar um modo de fazê-lo não mais acontecer, para proteger os cidadãos que
ficam presos em suas casas nos dias de jogos, com medo da violência que pode
ocorrer", afirmou ele.
Os presidentes dos clubes
Yuri Romão (Sport), Bruno Rodrigues (Santa Cruz) e Bruno Becker (Náutico) se
comprometeram a ampliar o combate à violência, providenciando reconhecimento
facial e ingressos pessoais e intransferíveis para controlar o acesso dos
torcedores nos estádios, mas que atualmente cumprem o que é determinado pela
Polícia Militar.
Já o presidente da FPF, Evandro
Barros de Carvalho, propôs torcida única para as partidas entre os três grandes
clubes, assim como bloquear o espaço físico onde as organizadas ocupam.
O secretário estadual de
Defesa Social, Alessandro Liberato de Mattos, defendeu que o governo tem como
prioridade proteger a população geral da violência dos confrontos entre
organizadas.
O coronel Ivanildo Torres,
comandante da Polícia Militar, destacou que as torcidas organizadas precisam
perder apoio dos clubes, seja financeiro ou de espaço físico, assim como sofrer
processos criminais pela atuação violenta de seus integrantes. Do DP
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