O
general Carlos Alberto dos Santos Cruz deixará o comando da Secretaria de
Governo da Presidência da República.
Desde
que chegou ao Planalto, em janeiro, o ministro se envolveu em uma crise com os
filhos do presidente, além de um embate com o guru Olavo de Carvalho.
O
incômodo da cúpula militar do governo com Olavo de Carvalho cresceu à medida
que se avolumaram os ataques do escritor reverenciado pelo presidente e pelo
grupo ideológico que o cerca.
O
ministro general reagiu às ofensas de Olavo aos militares que hoje trabalham no
Palácio do Planalto, em especial o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB).
"Eu
nunca me interessei pelas ideias desse sr. Olavo de Carvalho", disse
Santos Cruz à Folha. Nem a forma nem o conteúdo agradam a ele", afirmou.
"Por suas últimas colocações na mídia, com linguajar chulo, com palavrões,
inconsequente, o desequilíbrio fica evidente", criticou o ministro, em
março.
Durante
visita de Bolsonaro aos EUA, Olavo disse que Mourão é um "cara
idiota", "um estúpido", uma figura "que não tem ideia do
que é a Vice-Presidência". "Não o critico, eu o desprezo",
soltou.
Considerado
o guru do bolsonarismo, Olavo afirmou que o presidente da República está de
"mãos amarradas", que militares de seu governo têm "mentalidade
golpista", "são um bando de cagões" e que, se nada mudar, o
governo acaba em seis meses. No dia seguinte, quando desembarcou nos EUA e tais
declarações já eram públicas, Bolsonaro tratou Olavo com deferência.