Ex-prefeito e pré-candidato
do PT à Prefeitura do Jaboatão dos Guararapes, Elias Gomes apresentou há pouco,
na manhã desta sexta-feira (19), durante um encontro reservado com o presidente
da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), um documento com propostas para o
setor da segurança pública e defesa social para o Brasil. A agenda acontece um
dia após o ex-gestor ter participado da cerimônia de retomada das obras da
Refinaria Abreu e Lima, no Complexo Portuário de Suape.
Em uma carta, entregue em
mãos ao presidente, Elias ressalta que a gestão municipal figura como a
instância da administração pública mais próxima à população, e, com efeito, tem
um grande potencial para gerir e implementar estratégias de prevenção voltadas
a territórios, ao redesenho das cidades e a grupos populacionais específicos,
como crianças, jovens e mulheres.
Ex-prefeito de cidades como
o Cabo de Santo Agostinho e Jaboatão dos Guararapes, Elias citou como exemplos
de resultados expressivos os programas Segurança Amiga, pioneiro no Nordeste na
implementação da Polícia Interativa, e o Jaboatão em Ordem, que acabou por dar
origem ao primeiro Estatuto da Ordem Pública, ambos implantados durante as suas
gestões.
A proposta central, segundo
ele, é inserir os governos locais como protagonistas de um Plano Nacional
Integrado de Segurança Pública e Paz Social.
“O desafio da segurança é
grande, mas a oportunidade é ímpar. A proposta tem como umas das ações
basilares a convocação de uma Conferência Nacional de Segurança Pública,
envolvendo todos os 5.570 municípios brasileiros, os 26 estados, o Distrito
Federal e a União, além das variadas forças sociais, visando oxigenar e
democratizar o debate e tirar o monopólio de um tema que é muito sério e
delicado para ficar a cargo de poucos, sobretudo das polícias”, destacou Elias.
A nova conferência remeteria
à construção de uma concertação nacional pela segurança e paz social, “tarefa
inadiável para o Ministério da Justiça e Segurança Pública, que deverá agir nas
diversas dimensões, observando a intersetorialidade e completa interação com os
municípios, os estados, a sociedade e os meios de comunicação, observando as
causas da violência e as correspondentes ações para superá-las”.
“Chegaremos então aos
bolsões de pobreza, onde há ausência de serviços públicos, de oportunidades às
famílias e de perspectivas para os nossos jovens”, observou Elias. “O custo da
violência ao país é de 6% do Produto Interno Bruto (PIB). É um custo muito alto
e que inibe o desenvolvimento, a geração de emprego e a prosperidade para o
nosso povo”, acrescentou.
O próximo passo é aprofundar
o debate junto à bancada federal de Pernambuco em Brasília e apresentar a
proposta, ainda, aos presidentes da Câmara dos Deputados e Senado, Arthur Lira
(PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-AL), respectivamente, além do futuro ministro da
Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski.
“Apenas a ampla participação
de todos os setores da cidade - e cito aqui os especialistas, a academia, os
trabalhadores, os empresários, as mulheres, a juventude e os movimentos sociais
- nos permitirá sair da mesmice de armar polícias e procurar culpados, deixando
de lado o imprescindível papel da sociedade, dos municípios, dos estados e da
União num grande pacto nacional pela defesa da vida e da paz social”, pontuou
Elias.
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