De acordo com o Fórum
Brasileiro de Segurança Pública, o Cabo foi a quinta cidade brasileira com
maior número de mortes violentas intencionais (MVI) em 2024, dado que reforça a
gravidade da situação local e a pressão por respostas mais efetivas do poder
público.
Em junho, o prefeito Lula
Cabral (SD), crítico da gestão estadual, foi pessoalmente até a governadora
Raquel Lyra (PSDB) para solicitar o envio de tropas da Força Nacional ao
município. O pedido, que já havia sido feito publicamente no mês anterior, não
avançou.
Segundo o prefeito, o atual
efetivo do 18º BPM, responsável pelo policiamento do Cabo e de Ipojuca, é
insuficiente: apenas 320 policiais para uma população estimada em mais de 320
mil habitantes, ou seja, uma média de um policial por mil moradores — índice abaixo
do considerado adequado pelos especialistas. “Estamos vivendo uma escalada de
homicídios e o efetivo não tem condições de responder à altura”, afirmou Lula
Cabral à época.
A solicitação foi rejeitada
pela governadora, que argumentou que Pernambuco tem apresentado melhora nos
indicadores de violência, inclusive no Cabo. Dados da Secretaria de Defesa
Social (SDS) mostram redução de 11% nos homicídios, 16% nos casos de violência
doméstica e 22% nos crimes de roubo no município.
“Pernambuco está no
caminho certo, temos absoluta condição de enfrentar a criminalidade, como nós
estamos fazendo. Então nós não vamos encaminhar ao governo federal o pedido de
Força Nacional”, declarou Raquel Lyra.
Apesar da negativa anterior,
a criação do batalhão no Cabo surge como parte de um plano mais amplo de
reestruturação da Polícia Militar em Pernambuco. No início de junho, o
Executivo estadual enviou à Assembleia Legislativa um projeto que prevê a
instalação de cinco novos BPMs em diferentes regiões:
- 27º BPM, em Goiana (Zona da Mata Norte);
- 28º BPM, em Bezerros (Agreste);
- 29º BPM, em Camaragibe (RMR);
- 3º Batalhão Integrado Especializado (BIEsp), em Arcoverde (Sertão);
- 4º BIEsp, em Barreiros (Zona da Mata Sul).
A proposta também incluiu a
criação de dois novos batalhões temáticos: o Batalhão de Policiamento Turístico
(BPTur), no Recife Antigo, e o Batalhão de Policiamento Ambiental (BPA), em
Igarassu, que vão substituir unidades anteriores.
O anúncio no Cabo de Santo
Agostinho, portanto, vai além da questão de segurança. Ele também simboliza um
capítulo da disputa política entre o governo estadual e a prefeitura local.
Enquanto Lula Cabral insiste na necessidade de reforço imediato e de apoio
federal, Raquel Lyra aposta na expansão gradual da PM e na redução dos índices
de violência como resposta suficiente ao problema.
O fato é que, com os holofotes voltados para os alarmantes números da criminalidade no Cabo, a inauguração do novo batalhão será observada não apenas como uma medida de reforço à segurança, mas também como um movimento estratégico dentro do xadrez político de Pernambuco.
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