O cenário político e
institucional em torno do Banco do Nordeste (BNB) vive dias de tensão. O
ex-governador de Pernambuco, Paulo Câmara, atual presidente da instituição,
deve deixar o comando nos próximos dias. A confirmação veio do
secretário-executivo da Fazenda, Dario Durigan, reforçando que a saída é
consequência direta do descumprimento da Lei das Estatais e de decisão já
tomada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).Câmara, que já ocupou a
vice-presidência nacional do PSB, assumiu a presidência do BNB em março de
2023, amparado por uma liminar que suspendeu a quarentena partidária imposta
pela legislação. A medida, no entanto, caiu em dezembro do mesmo ano. Desde
então, o prazo para sua saída se estendeu até 27 de agosto, mas a permanência
foi mantida com base em um artigo do estatuto do banco que prevê a prorrogação
de mandato até a posse da nova diretoria.
A legislação, porém, é
clara: o conselho do BNB tem até 30 dias para convocar eleições, o que indica
que a mudança será inevitável e deve ocorrer em breve.
À frente do banco, Câmara
implementou programas de microcrédito com juros reduzidos, alinhados ao governo
do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A política tinha como objetivo
estimular o empreendedorismo popular, sobretudo entre beneficiários do Bolsa Família,
em especial nas regiões Norte e Nordeste.
Apesar das críticas à sua
permanência no cargo após a derrubada da liminar, aliados do governo destacam
que a experiência de Câmara ajudou a fortalecer o papel social do banco no
combate às desigualdades regionais.
Nos bastidores, a expectativa é de que Paulo Câmara só seja reconduzido a um cargo semelhante a partir de 2026, quando a quarentena eleitoral deixará de ser um obstáculo. A interpretação é de que sua saída agora abre espaço para reestruturações internas no banco, mas não encerra sua trajetória política. Da Folha de S. Paulo
👉 Acompanhe mais notícias e curta nossas
redes sociais:


Nenhum comentário:
Postar um comentário