segunda-feira, 22 de setembro de 2025

Crime organizado e fraudes são investigados em postos de combustíveis de Pernambuco

            Uma série de irregularidades em postos de combustíveis de Pernambuco acendeu o alerta das autoridades sobre a possível infiltração do crime organizado no setor. A suspeita é de que estabelecimentos sem bandeira, que operam de forma clandestina, estejam sendo utilizados como porta de entrada para práticas ilegais, fenômeno já identificado em estados como Rio de Janeiro e São Paulo.

De acordo com João Maria Rodrigues, coordenador do Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (Cira) do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), há indícios de irregularidades em postos que não possuem vínculo formal com distribuidoras reconhecidas, aumentando o risco de atuação de grupos criminosos. “Há suspeitas de que existem postos de combustíveis que atuam dessa forma. Não posso dar mais informações, por questões de sigilo, mas futuramente teremos operações”, afirmou.

Entre os dias 15 e 19 de setembro, uma operação conjunta do MPPE, Instituto de Pesos e Medidas de Pernambuco (Ipem-PE), Procon-PE, Secretaria da Fazenda e das polícias Civil e Militar vistoriou 60 postos, com 392 bicos de bombas inspecionados. O resultado revelou que 179 bicos, ou 49,2%, apresentaram irregularidades, evidenciando práticas como adulteração da gasolina e fraudes mecânicas nas bombas.

Entre os problemas identificados, destacam-se:

  • Quantidade e qualidade dos combustíveis: a venda de gasolina com percentual de etanol acima do limite permitido (30%), prejudicando o rendimento dos veículos;
  • Uso de produtos alternativos: substituição da gasolina por nafta ou outros produtos similares, que podem causar danos ao motor, especialmente em carros não flex;
  • Fraude mecânica nas bombas: ajustes manuais que permitem enganar o consumidor, embora não tenha sido detectada fraude eletrônica nesta operação.

O secretário do Procon-PE, Anselmo Araújo, reforçou que cada posto deve disponibilizar testes e equipamentos para que o consumidor possa verificar o percentual de etanol presente na gasolina. “Quando o consumidor paga por um produto adulterado ou em menor quantidade, não há apenas prejuízo financeiro individual, mas um dano coletivo que afeta todos os que abastecem nesses estabelecimentos, além de danos ao funcionamento do veículo”, destacou João Maria Rodrigues.

Os postos autuados terão até dez dias para corrigir as irregularidades e passar por nova vistoria. As multas previstas variam de R$ 100 mil a R$ 1,5 milhão, dependendo da gravidade das infrações.

As investigações continuam, e o MPPE reforça que o combate a essas práticas exige articulação constante entre os órgãos de fiscalização para proteger o consumidor e garantir a segurança e a legalidade no setor de combustíveis em Pernambuco.

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