“O Brasil é um país
soberano com instituições independentes que não aceitará ser tutelado por ninguém”,
declarou o presidente, em resposta direta à carta publicada por Trump em suas
redes sociais.
A medida anunciada por Trump
foi acompanhada de ataques ao sistema judicial brasileiro e à condução do
processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal
(STF). O político americano chegou a afirmar que o julgamento de Bolsonaro
seria uma “vergonha internacional” e acusou, sem apresentar provas, o Brasil de
“censurar empresas de redes sociais norte-americanas”.
O presidente Lula foi
enfático ao defender a soberania das instituições nacionais e rechaçar qualquer
tentativa de interferência externa no processo judicial que apura a tentativa
de golpe de Estado ocorrida em 8 de janeiro de 2023:
“O processo judicial
contra aqueles que planejaram o golpe de Estado é de competência apenas da
Justiça brasileira e não está sujeito a nenhum tipo de ingerência ou ameaça que
fira a independência das instituições nacionais”,
afirmou.
Outro ponto criticado por
Trump em sua carta foi a atuação do Brasil em relação às plataformas digitais,
acusando o governo brasileiro de impor restrições à liberdade de expressão.
Lula respondeu com firmeza:
“No Brasil, liberdade
de expressão não se confunde com agressão ou práticas violentas. Para operar em
nosso país, todas as empresas, nacionais ou estrangeiras, estão submetidas à
legislação brasileira.”
O presidente também
contestou os argumentos econômicos utilizados por Trump para justificar a
imposição tarifária. Segundo Lula, não há déficit comercial americano com o
Brasil. Pelo contrário:
“É falsa a informação
sobre o alegado déficit norte-americano na relação comercial com o Brasil. As
estatísticas do próprio governo dos EUA mostram superávit de US$ 410 bilhões
nos últimos 15 anos.”
Diante disso, Lula reiterou
que qualquer ação unilateral será respondida com base legal, destacando que o
Brasil não aceitará retaliações infundadas:
“Qualquer medida de
elevação de tarifas de forma unilateral será respondida à luz da Lei brasileira
de Reciprocidade Econômica.”
Ao final do pronunciamento,
o presidente reforçou os valores que, segundo ele, sustentam a atuação
internacional do Brasil:
“A soberania, o
respeito e a defesa intransigente dos interesses do povo brasileiro são os
valores que orientam a nossa relação com o mundo.”
O Itamaraty já trabalha
junto a aliados estratégicos para conter os impactos da medida e articula uma
resposta conjunta no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC).
Nos bastidores, diplomatas avaliam que a ação de Trump tem menos motivação econômica e mais carga política, especialmente diante da aproximação com setores bolsonaristas no Brasil e a tentativa de influenciar a política interna do país.
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