quarta-feira, 9 de julho de 2025

Brasil reage com firmeza às ameaças de Trump e Lula afirma que país não aceitará tutela

             O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) elevou o tom nesta quarta-feira (9) ao reagir à ofensiva do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que anunciou, de forma unilateral, uma tarifa de 50% sobre todas as exportações brasileiras a partir de 1º de agosto. Em pronunciamento oficial, Lula classificou a medida como inaceitável e garantiu que o Brasil tomará medidas proporcionais com base na Lei da Reciprocidade Econômica.

“O Brasil é um país soberano com instituições independentes que não aceitará ser tutelado por ninguém”, declarou o presidente, em resposta direta à carta publicada por Trump em suas redes sociais.

A medida anunciada por Trump foi acompanhada de ataques ao sistema judicial brasileiro e à condução do processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF). O político americano chegou a afirmar que o julgamento de Bolsonaro seria uma “vergonha internacional” e acusou, sem apresentar provas, o Brasil de “censurar empresas de redes sociais norte-americanas”.

O presidente Lula foi enfático ao defender a soberania das instituições nacionais e rechaçar qualquer tentativa de interferência externa no processo judicial que apura a tentativa de golpe de Estado ocorrida em 8 de janeiro de 2023:

“O processo judicial contra aqueles que planejaram o golpe de Estado é de competência apenas da Justiça brasileira e não está sujeito a nenhum tipo de ingerência ou ameaça que fira a independência das instituições nacionais”, afirmou.

Outro ponto criticado por Trump em sua carta foi a atuação do Brasil em relação às plataformas digitais, acusando o governo brasileiro de impor restrições à liberdade de expressão. Lula respondeu com firmeza:

“No Brasil, liberdade de expressão não se confunde com agressão ou práticas violentas. Para operar em nosso país, todas as empresas, nacionais ou estrangeiras, estão submetidas à legislação brasileira.”

O presidente também contestou os argumentos econômicos utilizados por Trump para justificar a imposição tarifária. Segundo Lula, não há déficit comercial americano com o Brasil. Pelo contrário:

“É falsa a informação sobre o alegado déficit norte-americano na relação comercial com o Brasil. As estatísticas do próprio governo dos EUA mostram superávit de US$ 410 bilhões nos últimos 15 anos.”

Diante disso, Lula reiterou que qualquer ação unilateral será respondida com base legal, destacando que o Brasil não aceitará retaliações infundadas:

“Qualquer medida de elevação de tarifas de forma unilateral será respondida à luz da Lei brasileira de Reciprocidade Econômica.”

Ao final do pronunciamento, o presidente reforçou os valores que, segundo ele, sustentam a atuação internacional do Brasil:

“A soberania, o respeito e a defesa intransigente dos interesses do povo brasileiro são os valores que orientam a nossa relação com o mundo.”

O Itamaraty já trabalha junto a aliados estratégicos para conter os impactos da medida e articula uma resposta conjunta no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Nos bastidores, diplomatas avaliam que a ação de Trump tem menos motivação econômica e mais carga política, especialmente diante da aproximação com setores bolsonaristas no Brasil e a tentativa de influenciar a política interna do país.

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