Na tarde desta terça-feira
(28), ministras de Estado, 21 prefeitas e parlamentares integrantes da Bancada
da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) no Congresso Nacional reuniram-se em
Brasília para falar sobre a participação das mulheres em espaços de poder e de
decisão política. O encontro foi organizado pela FNP e pelo Instituto Alziras,
uma organização sem fins lucrativos. No evento, mulheres ligadas à política e à
gestão pública defenderam políticas de superação da pobreza e de enfrentamento
a todas as formas de violência de gênero nas cidades brasileiras.
O encontro foi aberto pela
deputada Lídice da Mata (PSB-BA), ex-presidente da Frente Nacional de
Prefeitos, que lembrou conquistas desde a Assembleia Nacional Constituinte de
1987 a 1988, com a criação da chamada Bancada do Batom, compostas por mulheres
parlamentares. Além de defender o respeito ao percentual de 30% dos recursos do
Fundo Eleitoral para candidaturas femininas, Lídice da Mata disse que, para
vencer a pobreza no Brasil, é necessária a participação das mulheres na
política. “Não se vence a pobreza no Brasil sem ter como centro uma política de
inclusão das mulheres, que são a base da pobreza no Brasil: as mulheres pobres
e negras do nosso país.”
A deputada falou também
sobre representatividade no Congresso Nacional. “Precisamos estar representadas
igualmente no Parlamento, porque não há representação da democracia sem as
mulheres ocupando os espaços de poder. Para, cada vez mais, ter uma legislação
com garantia maior de direitos da mulher, como na reforma tributária.”
Em sua fala, a ministra das
Mulheres, Cida Gonçalves, antecipou que vai fazer uma marcha contra a
misoginia, que começa quinta-feira (30) em Campo Grande, e vai percorrer outras
cidades brasileiras, até abril.
A ministra pediu que as
prefeitas se juntem ao movimento para combater a discriminação da mulher por
preconceito contra o sexo feminino e disse que não é possível haver tanta
misoginia em um país com o tamanho do Brasil, que tem mulheres ministras,
prefeitas, vereadoras e deputadas. “Ter tanto ódio contra as mulheres e que,
muitas vezes, nos calem. Basta que comecemos a ter voz que nos calam, nos fazem
ficar quietas.”
Cida Gonçalves ainda
destacou as 40 ações lançadas pelo governo federal no Dia Internacional da
Mulher, no Palácio do Planalto, como a igualdade salarial. “O governo federal
precisa da adesão das prefeituras para diretamente garantir os direitos das
mulheres. Venham a Brasília para a gente negociar”, estimulou a ministra.
Já a ministra Povos
Indígenas, Sonia Guajajara, apresentou números sobre a presença feminina no
meio político. Uma das três deputadas indígenas eleitas para a Câmara Federal,
Sonia reforçou a necessidade de aproximação entre as prefeituras e os povos
originários, que devem ser encarados como munícipes. “Nós não somos inimigos
das prefeituras. É importante esse diálogo. Porque, equivocadamente, muitos
prefeitos entendem os povos indígenas como à parte. Somos contados no censo
municipal. Então, é preciso pensar em políticas públicas municipais, estaduais
conjuntamente.”
Durante o encontro, a
ministra da Saúde, Nísia Trindade, reconheceu que as mulheres estão
sub-representadas nas instâncias de poder em todas as esferas, nas instituições
de pesquisa e no setor privado. Para a ministra, a luta é pela
representatividade de 50%. Nísia defendeu também a agenda de pautas contra a
discriminação e a violência, como um todo, em especial a violência obstétrica.
Nísia citou ainda pautas que considera centrais, como a da saúde integral em
todas as etapas da vida da mulher, dos direitos reprodutivos e sexuais e sobre
relações com o corpo de mulheres e meninas. “Juntas, podemos mais, juntas,
somos fortes”.
CURTA
NOSSA FANPAGE E PERFIL NO INSTAGRAM
https://www.instagram.com/afolhadascidades
https://www.facebook.com/afolhadascidades/