A Polícia Civil apontou que
14 assessores de um vereador de Ipojuca, no Grande Recife, participavam de
um esquema de "rachadinha" na Câmara Municipal, e
"devolviam" a maior parte dos salários a um parlamentar. Entre eles estava um empresário, que investiu na campanha
eleitoral do político e foi nomeado assessor para receber de volta o que pagou.
O valor desviado supera os R$ 8 milhões.
Ao todo, foram expedidos 20
mandados de busca e apreensão, sequestro de bens e bloqueio de ativos
financeiros. O nome do vereador investigado não foi divulgado, mas, segundo a
Polícia Civil, ele atuou na legislatura de 2017 a 2020, e não conseguiu ser
reeleito.
Em coletiva de imprensa da
Operação Compartilhado, realizada nesta quinta-feira (10), na sede da Polícia
Civil, no Centro do Recife, a delegada Viviane Santa Cruz, uma das responsáveis
pela investigação, disse que desde 2020 o caso é investigado.
Foi quando o vereador
começou a se desfazer de bens e também foram verificados indícios de lavagem de
dinheiro. Alguns dos assessores chegavam a trabalhar na Câmara, mas outros
sequer iam para a sede do Legislativo.
"A maior parte dos
salários era entregue diretamente ao vereador. Normalmente, os assessores
ficaram com entre 10% e 15%, e o restante de todo o salário era repassado para
o vereador beneficiado. [...] Tem, inclusive, um empresário que colaborou no
processo da campanha e foi nomeado assessor para receber o valor que investiu
na campanha eleitoral", afirmou a delegada.
Segundo a Polícia Civil, os
mandados foram cumpridos em Ipojuca e em Gravatá, no Agreste do estado. Não
foram detalhados quais bens foram sequestrados e qual o valor.
O crime de
"rachadinha", ou desvio de salário de assessor, é uma prática de
corrupção caracterizada pelo repasse de parte dos salários de assessores para
político ou secretário a partir de um acordo pré-estabelecido ou como exigência
para a função
"No sistema de
‘rachadinha’, há a partilha de parte dos salários de servidores a um vereador
específico, que era beneficiado por esses valores de pessoas que ele colocava
no gabinete. É um trabalho que a gente tem feito desde 2020, iniciamos esses
trabalhos, conseguimos apoio do Tribunal de Contas para subsidiar as
investigações", explicou Viviane Santa Cruz.
Em nota, a Câmara de Ipojuca
afirmou que "coopera e vai cooperar com o que for preciso para elucidar os
fatos."
O Legislativo municipal
ressaltou que a investigação começou antes da atual legislatura, iniciada em
2021, após as eleições municipais de 2020.
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