quinta-feira, 10 de novembro de 2022

Rachadinha: Empresário investiu em campanha de vereador para receber dinheiro de volta

                 A Polícia Civil apontou que 14 assessores de um vereador de Ipojuca, no Grande Recife, participavam de um esquema de "rachadinha" na Câmara Municipal, e "devolviam" a maior parte dos salários a um parlamentar. Entre eles estava um empresário, que investiu na campanha eleitoral do político e foi nomeado assessor para receber de volta o que pagou. O valor desviado supera os R$ 8 milhões.

Ao todo, foram expedidos 20 mandados de busca e apreensão, sequestro de bens e bloqueio de ativos financeiros. O nome do vereador investigado não foi divulgado, mas, segundo a Polícia Civil, ele atuou na legislatura de 2017 a 2020, e não conseguiu ser reeleito.

Em coletiva de imprensa da Operação Compartilhado, realizada nesta quinta-feira (10), na sede da Polícia Civil, no Centro do Recife, a delegada Viviane Santa Cruz, uma das responsáveis pela investigação, disse que desde 2020 o caso é investigado.

Foi quando o vereador começou a se desfazer de bens e também foram verificados indícios de lavagem de dinheiro. Alguns dos assessores chegavam a trabalhar na Câmara, mas outros sequer iam para a sede do Legislativo.

"A maior parte dos salários era entregue diretamente ao vereador. Normalmente, os assessores ficaram com entre 10% e 15%, e o restante de todo o salário era repassado para o vereador beneficiado. [...] Tem, inclusive, um empresário que colaborou no processo da campanha e foi nomeado assessor para receber o valor que investiu na campanha eleitoral", afirmou a delegada.

Segundo a Polícia Civil, os mandados foram cumpridos em Ipojuca e em Gravatá, no Agreste do estado. Não foram detalhados quais bens foram sequestrados e qual o valor.

O crime de "rachadinha", ou desvio de salário de assessor, é uma prática de corrupção caracterizada pelo repasse de parte dos salários de assessores para político ou secretário a partir de um acordo pré-estabelecido ou como exigência para a função

"No sistema de ‘rachadinha’, há a partilha de parte dos salários de servidores a um vereador específico, que era beneficiado por esses valores de pessoas que ele colocava no gabinete. É um trabalho que a gente tem feito desde 2020, iniciamos esses trabalhos, conseguimos apoio do Tribunal de Contas para subsidiar as investigações", explicou Viviane Santa Cruz.

Em nota, a Câmara de Ipojuca afirmou que "coopera e vai cooperar com o que for preciso para elucidar os fatos."

O Legislativo municipal ressaltou que a investigação começou antes da atual legislatura, iniciada em 2021, após as eleições municipais de 2020. 

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