O
texto beneficia diretamente servidores estratégicos da Casa, como consultores
legislativos e procuradores. Estes últimos, vale lembrar, recebem um salário
mensal de R$ 44.213. Pela nova regra, a jornada passa a funcionar em um modelo
pouco conhecido do trabalhador comum: três dias úteis de trabalho para um dia
de licença, permitindo, na prática, quatro dias consecutivos de expediente
seguidos por três de folga.
Mas
se o servidor achar difícil aproveitar tanto descanso, não tem problema. As
folgas podem ser convertidas em dinheiro. O projeto permite acumular até dez
dias de licença por mês, que, se não utilizados, viram indenização. No fim do
ano, o valor pode chegar ao equivalente a quatro salários extras — um bônus que
está longe da realidade da maioria dos pernambucanos.
No
caso de um procurador legislativo, por exemplo, que opte por trabalhar durante
todos os dias de folga ao longo de 12 meses, a conta ultrapassa R$ 176,8 mil em
indenizações. Um valor que muitos trabalhadores levariam anos — ou décadas —
para alcançar.
O
benefício também se estende a até dez servidores indicados diretamente pela
Mesa Diretora da Alepe: cinco pela Presidência e cinco pela
Primeira-Secretaria. A escolha ficará a cargo dos gabinetes dos deputados
Álvaro Porto (PSDB) e Francismar Pontes (PSB).
Por
ser um projeto de resolução, a medida não depende da sanção da governadora
Raquel Lyra (PSD) e entra em vigor automaticamente. O sindicato da categoria
reagiu com repúdio, e o tema gerou debate em plenário após a aprovação.
Enquanto isso, fora da Alepe, a realidade segue outra: jornadas de 40, 44 horas semanais, salários apertados e folgas que, quando existem, raramente viram dinheiro. Dentro da Casa, ao que tudo indica, o conceito de “trabalhar demais” ganhou um novo significado.
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