sexta-feira, 21 de novembro de 2025

Álvaro Porto rebate secretário e afirma que governo não consegue converter crédito autorizado em obras

          O presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, deputado Álvaro Porto (PSDB), respondeu nesta sexta-feira (21) às declarações do secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Guilherme Cavalcanti, feitas na última quinta-feira (20) em entrevista ao Jornal do Commercio. Sob novo tom, Porto deslocou o debate do campo político para o operacional: segundo ele, o problema não é autorização legislativa, mas a incapacidade do governo de transformar operações de crédito já aprovadas em investimentos concretos.

Em nota divulgada à imprensa, Porto apresentou um quadro detalhado das operações de crédito solicitadas pela gestão Raquel Lyra desde 2023. De acordo com o presidente da Alepe, o Legislativo já autorizou R$ 11,3 bilhões em empréstimos, mas o governo só conseguiu contratar efetivamente R$ 5,5 bilhões — e, desse total, apenas R$ 2,8 bilhões teriam chegado aos cofres do Estado.

“Todos os instrumentos de crédito foram colocados à disposição do Poder Executivo, que até agora não conseguiu transformá-los em obras. A responsabilidade por esta situação não pode ser atribuída ao Poder Legislativo”, afirmou.

A crítica reforça a reação à declaração de Cavalcanti, que classificou como “meia dúzia de deputados” os que estariam travando o novo pedido de empréstimo de R$ 1,7 bilhão. Segundo o secretário, a demora comprometeria previsibilidade fiscal, ritmo de obras e capacidade de investimento, sobretudo diante de um cenário nacional de desaceleração econômica.

Porto contestou o argumento e explicou que a operação pretendida pelo governo está vinculada ao exercício fiscal de 2026. Por isso, depende de espaço fiscal a ser definido pelo Tesouro Nacional apenas no próximo ano — o que impediria a contratação do crédito em 2025, mesmo que a Assembleia o aprovasse de imediato.

O presidente da Alepe também rebateu declarações da governadora Raquel Lyra, de integrantes de sua equipe e de parlamentares governistas de que obras previstas para este ano estariam em risco por falta de autorização da Casa.

“É de se perguntar quais obras estão paralisadas ou deixaram de ser feitas pelo Governo do Estado por conta da não aprovação de empréstimos por parte da Assembleia”, indagou.

A fala de Cavalcanti foi considerada ofensiva por Porto, que classificou o tom como “pouco convencional e desrespeitoso” e exigiu respeito à instituição.

“A Assembleia repudia a maneira como o secretário se referiu a parlamentares. A Alepe é composta por 49 deputados legitimamente eleitos pelo povo pernambucano. Exigimos respeito”, concluiu. 

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