Movimento islamista confirma
início da troca de prisioneiros na segunda (13) e afirma que abrirá mão do
controle político da Faixa de Gaza; plano de paz proposto por Trump prevê
desarmamento do grupo e presença de força multinacional no território
O Hamas anunciou neste
domingo (12) que libertará todos os reféns ainda mantidos em Gaza na próxima
segunda-feira (13) e que não pretende integrar o futuro governo do território
após o fim da guerra com Israel. A informação foi confirmada à agência AFP por
Osama Hamdan, um dos principais dirigentes do grupo islamista.
“Segundo o acordo assinado,
a troca de prisioneiros começará na manhã de segunda-feira”, declarou Hamdan,
referindo-se ao pacto de cessar-fogo firmado com Israel, em vigor desde a
última sexta-feira (10). O acordo prevê a libertação dos últimos reféns — vivos
ou mortos — em troca da soltura de quase 2.000 palestinos detidos em prisões
israelenses, incluindo 250 considerados prisioneiros de “segurança nacional”.
A trégua, que marca o
terceiro dia neste domingo, também abriu espaço para o envio de ajuda
humanitária à Faixa de Gaza. Caminhões com alimentos e suprimentos começaram a
cruzar as fronteiras, embora relatos de saques tenham sido registrados em Khan
Yunis, no sul do território. “Não queremos viver na selva. Exigimos que a ajuda
seja garantida e distribuída respeitosamente”, disse o morador Mohamed Zarab à
AFP, descrevendo cenas de desespero com alimentos espalhados pelo chão.
O cessar-fogo ocorre em meio
às negociações sobre o plano de paz de 20 pontos proposto pelo presidente dos
Estados Unidos, Donald Trump, que busca encerrar a guerra e redesenhar a
governança em Gaza. O projeto prevê que o Hamas se desarme e abandone qualquer
papel político direto no território, sendo substituído por uma força
multinacional composta por Egito, Catar, Turquia e Emirados Árabes Unidos.
Essa força atuaria sob
coordenação de um centro de comando liderado pelos EUA, instalado em Israel,
enquanto o Exército israelense realizaria uma retirada gradual.
“Para o Hamas,
governar a Faixa de Gaza é um assunto encerrado”,
confirmou uma fonte próxima às negociações, sob anonimato. “O movimento
não participará da fase de transição, mas continuará sendo parte fundamental do
tecido social palestino.”
Os desdobramentos serão tema
central da cúpula internacional de paz marcada para esta segunda-feira (13) no
balneário egípcio de Sharm el-Sheikh. O encontro será copresidido por Donald
Trump e pelo presidente egípcio Abdel Fattah al-Sisi, com a presença de cerca
de 20 líderes mundiais, entre eles o secretário-geral da ONU, António Guterres.
Antes do evento, Trump deve
visitar Israel para se reunir com as famílias dos reféns capturados pelo Hamas
durante o ataque de outubro de 2023 — ofensiva que desencadeou uma resposta
militar israelense de larga escala e uma guerra devastadora que já deixou
dezenas de milhares de mortos e feridos.
Com a libertação dos reféns
e a renúncia do Hamas ao poder em Gaza, a comunidade internacional enxerga uma
possível virada no conflito que há mais de um ano consome o Oriente Médio. A
expectativa agora recai sobre se o cessar-fogo resistirá e se o plano de paz
conseguirá, enfim, abrir caminho para uma nova fase de reconstrução e estabilidade
na região.
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