quinta-feira, 4 de setembro de 2025

MPF aciona Justiça contra empresa acusada de corrupção em Patos e expõe ligação política com família Motta

               O Ministério Público Federal (MPF) ingressou com ação civil pública contra a empresa Engelplan Construções e Locações Ltda., acusada de corrupção empresarial, fraude em licitação e superfaturamento em obras públicas no município de Patos (PB). A investigação, fruto da Operação Outside, aponta um suposto esquema de irregularidades envolvendo agentes públicos e empresários na execução de contratos da Prefeitura.

De acordo com o MPF, o contrato firmado entre a gestão municipal e a Engelplan foi assinado um dia antes da posse do prefeito Nabor Wanderley Filho, pai do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), que é pré-candidato ao Senado nas eleições de 2026.

Na ação, o Ministério Público pede a indisponibilidade dos bens da construtora e a condenação em sanções que incluem:

  • devolução integral dos valores obtidos de forma ilícita,
  • proibição de contratar com o poder público,
  • e ressarcimento ao erário pelos prejuízos causados.

A procuradoria reforça que o objetivo é responsabilizar os envolvidos e reparar as perdas financeiras decorrentes do suposto esquema.

As apurações concentram-se nas licitações e na execução das obras de restauração das avenidas Alça Sudeste e Manoel Mota (Alça Sudoeste), consideradas estratégicas para a mobilidade urbana de Patos. Segundo o MPF, o processo licitatório teria sido manipulado para beneficiar a empresa investigada, com sobrepreço e irregularidades na execução.

O caso ganha ainda mais repercussão pela forte ligação da família Motta com a política local. Patos é considerada um reduto histórico da família:

  • O avô de Hugo Motta, Nabor Wanderley, governou a cidade entre 1956 e 1959.
  • Sua avó, Francisca Motta, administrou o município de 2013 a 2016.
  • O pai, Nabor Wanderley Filho, assumiu a Prefeitura em 2020 e foi reeleito em 2024.

Essa longa trajetória política reforça os questionamentos sobre o contrato firmado em meio à transição de governo municipal.

O episódio surge em um momento de pressão sobre o presidente da Câmara. Hugo Motta enfrenta cobranças da oposição para pautar o projeto de lei que concede uma anistia “ampla, geral e irrestrita” a investigados pela Procuradoria-Geral da República no Supremo Tribunal Federal por envolvimento na tentativa de ruptura institucional ocorrida em 8 de janeiro de 2023.

Com o novo processo em curso, a atuação da família Motta em Patos e a influência política de Hugo Motta em Brasília tendem a ficar ainda mais sob os holofotes. 

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