quinta-feira, 4 de setembro de 2025

Justiça Eleitoral cassa 40% da Câmara de Escada por fraude à cota de gênero

                    A política de Escada, na Zona da Mata Sul de Pernambuco, foi sacudida por uma decisão da Justiça Eleitoral que cassou os mandatos de cinco vereadores eleitos, sob a acusação de fraude à cota de gênero. O número representa 40% da atual composição da Câmara Municipal, que possui 13 parlamentares.

A sentença, assinada pela juíza Izabel de Souza Oliveira, da 19ª Zona Eleitoral, aponta que as federações PSDB/Cidadania, Agir e o PRD lançaram candidaturas femininas fictícias nas eleições de 2020.

De acordo com a decisão, os atingidos são:

  • PSDB/Cidadania: Márcio da Água e Tarlina de Dr. Edmilson;
  • Agir: Emanuel da Bomboniere;
  • PRD: Henrique Meketrefe, o vereador mais votado do município, e o presidente da Câmara, Zé Amaro da Alvorada.

O caso do PRD é o mais grave: segundo o Ministério Público, uma das candidatas registradas como integrante da chapa sequer possuía filiação partidária e, mesmo assim, foi mantida pelo partido na disputa, caracterizando fraude deliberada.

A decisão determina a cassação das chapas dos três partidos e a recontagem imediata dos votos válidos para redistribuição das cadeiras na Câmara. A medida deve alterar de forma significativa a correlação de forças políticas do Legislativo municipal.

Com a saída de figuras de destaque — como o presidente da Casa e o vereador mais votado —, o cenário em Escada se torna imprevisível. A nova configuração pode abrir espaço para outras siglas e mudar alianças estratégicas na cidade.

Apesar do impacto, a decisão ainda é de primeira instância. Os parlamentares cassados e seus partidos podem recorrer ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PE) e, posteriormente, ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Até o trânsito em julgado, os vereadores podem tentar permanecer nos cargos por meio de medidas cautelares.

Especialistas apontam que o caso reforça o rigor da Justiça Eleitoral no combate ao uso de candidaturas femininas fictícias, prática considerada uma das principais distorções no cumprimento da cota de gênero estabelecida pela legislação brasileira. 

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