domingo, 21 de setembro de 2025

Manifestações acontecem neste domingo em centenas de cidades contra a PEC da Bandidagem e Anistia

                Neste domingo (21), o Brasil volta às ruas em protesto contra duas propostas que movimentam o cenário político nacional: a PEC da Blindagem e a anistia a condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Estão confirmados atos em pelo menos mais de 100 cidades e 22 capitais, reunindo partidos da base do governo, centrais sindicais, movimentos populares, organizações da sociedade civil e artistas de projeção nacional.

Apelidada pelos críticos de “PEC da Bandidagem”, a proposta foi aprovada na Câmara dos Deputados em regime de urgência na última terça-feira (16) e agora segue para análise no Senado. O texto prevê que qualquer abertura de ação penal contra parlamentares só poderá ocorrer com autorização prévia da maioria absoluta da respectiva Casa Legislativa, no prazo de 90 dias. Para opositores, a medida representa um retrocesso histórico, ao recriar barreiras que, no passado, resultaram em impunidade em casos de corrupção, assassinatos e até tráfico de drogas envolvendo parlamentares.

Além da PEC, os protestos também contestam a articulação para aprovar a anistia de condenados pelos atos antidemocráticos de janeiro de 2023. Entre eles, o ex-presidente Jair Bolsonaro, sentenciado pelo STF a 27 anos de prisão. Para movimentos sociais, a anistia seria um “perdão político” inaceitável e um ataque à democracia.

Os atos ganham força com a participação de artistas que se somam às manifestações. Em Brasília, a concentração acontece desde a manhã deste domingo em frente ao Museu Nacional, com apresentação de Chico César. Em São Paulo, a mobilização será no Masp, na Avenida Paulista, a partir das 14h.

No Rio de Janeiro, a orla de Copacabana será palco de um show gratuito de Caetano Veloso, Gilberto Gil e Chico Buarque, que devem cantar juntos em um trio elétrico a partir do Posto 5. Já em Belo Horizonte, a concentração está marcada para as 9h, na Praça Raul Soares, com show da cantora Fernanda Takai. Outros nomes, como Djavan, Maria Gadú, Marina Sena e o grupo Os Garotin também confirmaram presença.

Em vídeo publicado nas redes sociais, Caetano Veloso afirmou que não se pode silenciar diante do que classificou como uma ameaça: “A gente tem que ir pra rua, pra frente do Congresso, como já fomos outras vezes. Voltar a dizer que não admitimos isso, como povo, como nação.”

Além das grandes capitais, cidades do interior também aderem à onda de mobilizações. Em Arcoverde, no Sertão de Pernambuco, partidos políticos, sindicatos e lideranças locais promovem um ato na Praça Winston Siqueira a partir das 15h, reforçando a dimensão nacional da mobilização.

No Senado, a proposta deve enfrentar forte resistência. O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Otto Alencar (PSD-BA), foi categórico ao repudiar a medida: “A repulsa à PEC da Blindagem está estampada nos olhos surpresos do povo, mas a Câmara dos Deputados se esforça a não enxergar. Tenho posição contrária.”

Pesquisas de opinião e o próprio Google Trends mostram que a PEC da Blindagem, junto à condenação de Jair Bolsonaro, esteve entre os temas mais buscados pelos brasileiros na última semana. Diante da repercussão negativa, deputados que votaram a favor chegaram a pedir desculpas publicamente.

Com ruas tomadas de Norte a Sul, o recado é claro: parte expressiva da sociedade rejeita iniciativas vistas como instrumentos de proteção a políticos e de desrespeito às instituições democráticas. O Senado agora terá a missão de decidir o destino da PEC da Blindagem diante de uma opinião pública cada vez mais atenta e mobilizada. 

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