segunda-feira, 8 de setembro de 2025

Barroso diz que julgamento de Bolsonaro e aliados é questão de provas, não de política

            Às vésperas da retomada do julgamento que pode condenar o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) e sete de seus principais aliados acusados de integrar o núcleo 1 da trama golpista, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, reforçou nesta segunda-feira (8) que o processo penal em curso deve ser analisado com base em provas, e não em disputas políticas ou ideológicas.

Em declaração feita durante viagem oficial à França, Barroso afirmou que não cabe ao presidente da Corte comentar o “fato político do dia”, e que seu pronunciamento oficial será feito apenas após a conclusão do julgamento.

“Estou aguardando o julgamento para me pronunciar em nome do Supremo Tribunal Federal. A hora para fazê-lo é após o exame da acusação, da defesa e apresentação das provas, para se saber quem é inocente e quem é culpado. Processo penal é prova, não disputa política ou ideológica”, disse.

O ministro também aproveitou para fazer um paralelo entre o atual momento e o período da ditadura militar (1964-1985). Segundo Barroso, diferentemente do regime de exceção, em que os julgamentos eram secretos e sem garantias legais, o STF hoje atua com transparência e acompanhamento público.

“Tendo vivido e combatido a ditadura, nela é que não havia devido processo legal público e transparente, acompanhado pela imprensa e pela sociedade em geral. Era um mundo de sombras. Hoje, tudo tem sido feito à luz do dia. O julgamento é um reflexo da realidade. Na vida, não adianta querer quebrar o espelho por não gostar da imagem”, afirmou.

O presidente do STF não faz parte da Primeira Turma, responsável pelo julgamento do núcleo central do caso, mas destacou a importância do processo para a consolidação da democracia e do Estado de Direito.

A análise será retomada nesta terça-feira (9), em Brasília, com expectativa de novos votos sobre a eventual condenação de Bolsonaro e de seus aliados mais próximos, acusados de tentar subverter o resultado das eleições e atentar contra a ordem democrática.

O retorno de Barroso ao Brasil está previsto justamente para acompanhar o desfecho de um dos julgamentos mais aguardados do Supremo nos últimos anos. 

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