“Até agora a gente
não conseguiu falar com ninguém, com ninguém dos Estados Unidos. Nem o Mauro
[Vieira] não conseguiu falar, nem o Alckmin, e o Haddad estava com uma reunião
com o secretário do Tesouro que suspendeu a reunião e foi se reunir com o
deputado Eduardo Bolsonaro”, afirmou o petista, em tom
de crítica.
A frustração expressa pelo
presidente expõe a tensão crescente nas relações entre os dois países. Para
Lula, o gesto da Casa Branca representa “uma demonstração da falta de
seriedade nessa relação com o Brasil”.
O tarifaço de Trump tem sido
visto em Brasília como uma medida de impacto direto sobre setores estratégicos
da economia brasileira. A ausência de interlocução oficial amplia a sensação de
isolamento diplomático, mesmo diante das tentativas de aproximação conduzidas
pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, pelo vice-presidente Geraldo
Alckmin e pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Nos bastidores, auxiliares
do Planalto reconhecem que a suspensão da reunião de Haddad com o secretário do
Tesouro norte-americano — substituída por um encontro com o deputado Eduardo
Bolsonaro (PL-SP) — foi recebida como um sinal político claro da preferência da
gestão Trump por manter canais com setores da oposição brasileira, e não com o
governo eleito.
Enquanto o Palácio do Planalto busca alternativas para reduzir os danos do tarifaço, analistas apontam que a disputa vai além da questão econômica e pode se estender para o campo político, testando a capacidade de Lula de manter pontes com uma Casa Branca hostil.
Para o presidente, o desafio imediato não é apenas enfrentar os efeitos do aumento de tarifas sobre o comércio exterior, mas também recolocar o Brasil em posição de diálogo com os EUA — algo que, até agora, parece distante. Foto: José Cruz/Agência Brasil
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