quinta-feira, 28 de agosto de 2025

Lula critica ausência de diálogo dos EUA em meio a tarifaço de Trump: “não conseguimos falar com ninguém”

              O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) elevou o tom nesta quinta-feira (28) ao comentar a crise comercial entre Brasil e Estados Unidos, desencadeada após o tarifaço anunciado pelo presidente norte-americano Donald Trump. Segundo Lula, o governo brasileiro tem enfrentado dificuldades até mesmo para abrir canais de diálogo com Washington.

“Até agora a gente não conseguiu falar com ninguém, com ninguém dos Estados Unidos. Nem o Mauro [Vieira] não conseguiu falar, nem o Alckmin, e o Haddad estava com uma reunião com o secretário do Tesouro que suspendeu a reunião e foi se reunir com o deputado Eduardo Bolsonaro”, afirmou o petista, em tom de crítica.

A frustração expressa pelo presidente expõe a tensão crescente nas relações entre os dois países. Para Lula, o gesto da Casa Branca representa “uma demonstração da falta de seriedade nessa relação com o Brasil”.

O tarifaço de Trump tem sido visto em Brasília como uma medida de impacto direto sobre setores estratégicos da economia brasileira. A ausência de interlocução oficial amplia a sensação de isolamento diplomático, mesmo diante das tentativas de aproximação conduzidas pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, pelo vice-presidente Geraldo Alckmin e pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Nos bastidores, auxiliares do Planalto reconhecem que a suspensão da reunião de Haddad com o secretário do Tesouro norte-americano — substituída por um encontro com o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) — foi recebida como um sinal político claro da preferência da gestão Trump por manter canais com setores da oposição brasileira, e não com o governo eleito.

Enquanto o Palácio do Planalto busca alternativas para reduzir os danos do tarifaço, analistas apontam que a disputa vai além da questão econômica e pode se estender para o campo político, testando a capacidade de Lula de manter pontes com uma Casa Branca hostil.

Para o presidente, o desafio imediato não é apenas enfrentar os efeitos do aumento de tarifas sobre o comércio exterior, mas também recolocar o Brasil em posição de diálogo com os EUA — algo que, até agora, parece distante. Foto: José Cruz/Agência Brasil 

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