quinta-feira, 28 de agosto de 2025

Raquel Lyra se aproxima do PL de Anderson Ferreira em meio a distanciamento do governo Lula

           A cena política de Pernambuco ganhou novos contornos nos últimos dias com a movimentação da governadora Raquel Lyra (PSD) em direção ao campo da centro-direita. Ausente das duas últimas agendas do presidente Lula no Estado, Raquel passou a investir em gestos de reaproximação com o PL de Anderson Ferreira, legenda que havia rompido com o Palácio do Campo das Princesas após perder o comando do Detran para o deputado federal Eduardo da Fonte (PP), principal aliado político da governadora.

O encontro mais emblemático ocorreu no último sábado (23), quando Raquel jantou em Gravatá na casa do secretário da Casa Civil, Túlio Vilaça, ao lado de Anderson e de Eduardo da Fonte. Ambos os parlamentares são pré-candidatos ao Senado em 2026 e, segundo aliados, Dudu teria sido o articulador da retomada do diálogo.

Apesar do afastamento ocorrido em 2023, Ferreira já havia sinalizado interesse em se reaproximar. Ele participou de eventos do PSD e até incentivou a filiação de aliados, como a cunhada e primeira-dama de Jaboatão, Andrea Medeiros, à sigla de Raquel. A grande incógnita para uma aliança sólida, no entanto, seria a posição da governadora em relação ao presidente Lula em 2026: subir ou não no mesmo palanque do petista segue como ponto sensível nas negociações.

Na Assembleia Legislativa, a governadora também tem buscado apoio da bancada estadual do PL. Dos cinco deputados da legenda, quatro já estiveram no Palácio em reuniões recentes, em meio à disputa pela maioria governista na CPI da Publicidade.

Os movimentos de Raquel estão em sintonia com a estratégia nacional do PSD. O presidente da sigla, Gilberto Kassab, trabalha para viabilizar uma candidatura presidencial de Tarcísio de Freitas (Republicanos) em 2026. Nesse cenário, a governadora pernambucana buscaria dialogar com o eleitorado conservador sem, necessariamente, se alinhar ao bolsonarismo.

A reaproximação com Ferreira ocorre justamente em meio a uma disputa interna no PL de Pernambuco. No início de agosto, o diretório do Recife substituiu o ex-ministro Gilson Machado pelo vereador Paulo Muniz na presidência municipal, enfraquecendo a ala mais ligada a Bolsonaro.

Embora seja peça-chave do governo, Eduardo da Fonte estaria insatisfeito com a falta de espaço nas decisões estratégicas de Raquel. Ainda assim, ambos tiveram encontros recentes para tentar aparar as divergências.

Enquanto se fortalece junto à centro-direita, Raquel tem se afastado das agendas de Lula em Pernambuco. A governadora não esteve em Goiana e nem no Recife, nas visitas do presidente em agosto. Oficialmente, alegou conflitos de agenda, já que cumpria compromissos no Sertão, em Petrolina e Ouricuri, com o programa Ouvir Para Mudar. Nessas ocasiões, a vice-governadora Priscila Krause (PSD) representou o Estado ao lado do presidente.

O gesto reforça a percepção de que o caminho político da governadora está em construção: de um lado, mantém relações institucionais com o governo federal; de outro, busca consolidar pontes com partidos da centro-direita em Pernambuco, alinhando-se à estratégia nacional do PSD e preparando o terreno para 2026.

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