O encontro mais emblemático
ocorreu no último sábado (23), quando Raquel jantou em Gravatá na casa do
secretário da Casa Civil, Túlio Vilaça, ao lado de Anderson e de Eduardo da
Fonte. Ambos os parlamentares são pré-candidatos ao Senado em 2026 e, segundo
aliados, Dudu teria sido o articulador da retomada do diálogo.
Apesar do afastamento
ocorrido em 2023, Ferreira já havia sinalizado interesse em se reaproximar. Ele
participou de eventos do PSD e até incentivou a filiação de aliados, como a
cunhada e primeira-dama de Jaboatão, Andrea Medeiros, à sigla de Raquel. A
grande incógnita para uma aliança sólida, no entanto, seria a posição da
governadora em relação ao presidente Lula em 2026: subir ou não no mesmo
palanque do petista segue como ponto sensível nas negociações.
Na Assembleia Legislativa, a
governadora também tem buscado apoio da bancada estadual do PL. Dos cinco
deputados da legenda, quatro já estiveram no Palácio em reuniões recentes, em
meio à disputa pela maioria governista na CPI da Publicidade.
Os movimentos de Raquel
estão em sintonia com a estratégia nacional do PSD. O presidente da sigla, Gilberto
Kassab, trabalha para viabilizar uma candidatura presidencial de Tarcísio de
Freitas (Republicanos) em 2026. Nesse cenário, a governadora pernambucana
buscaria dialogar com o eleitorado conservador sem, necessariamente, se alinhar
ao bolsonarismo.
A reaproximação com Ferreira
ocorre justamente em meio a uma disputa interna no PL de Pernambuco. No início
de agosto, o diretório do Recife substituiu o ex-ministro Gilson Machado pelo
vereador Paulo Muniz na presidência municipal, enfraquecendo a ala mais ligada
a Bolsonaro.
Embora seja peça-chave do
governo, Eduardo da Fonte estaria insatisfeito com a falta de espaço nas
decisões estratégicas de Raquel. Ainda assim, ambos tiveram encontros recentes
para tentar aparar as divergências.
Enquanto se fortalece junto
à centro-direita, Raquel tem se afastado das agendas de Lula em Pernambuco. A
governadora não esteve em Goiana e nem no Recife, nas visitas do presidente em
agosto. Oficialmente, alegou conflitos de agenda, já que cumpria compromissos
no Sertão, em Petrolina e Ouricuri, com o programa Ouvir Para Mudar. Nessas
ocasiões, a vice-governadora Priscila Krause (PSD) representou o Estado ao lado
do presidente.
O gesto reforça a percepção
de que o caminho político da governadora está em construção: de um lado, mantém
relações institucionais com o governo federal; de outro, busca consolidar
pontes com partidos da centro-direita em Pernambuco, alinhando-se à estratégia
nacional do PSD e preparando o terreno para 2026.
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