sábado, 30 de agosto de 2025

Lula cobra unidade no PT e alerta para risco de avanço bolsonarista no Senado em 2026

              Em um encontro reservado com ministros, líderes do partido e o novo presidente do PT, Edinho Silva, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou um recado direto ao núcleo político do governo: é hora de deixar projetos pessoais de lado e priorizar a construção de alianças sólidas para 2026. A reunião ocorreu na noite da última quinta-feira (27), no Palácio da Alvorada, e teve como pauta principal a estratégia para enfrentar as próximas eleições legislativas, especialmente a disputa pelo Senado.

Lula enfatizou que a renovação de 54 das 81 cadeiras do Senado em 2026 pode definir o equilíbrio de forças no Congresso. Segundo ele, caso o PT e seus aliados não consigam formar chapas competitivas, há risco real de a Casa ser controlada por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que hoje aparecem em vantagem nas pesquisas preliminares. "Se não elegermos maioria, o Senado vai continuar dominado por discípulos de Bolsonaro", teria alertado o presidente, segundo relatos de ministros presentes.

A fala de Lula foi interpretada como um sinal de pressão sobre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, um dos principais nomes do partido, sobretudo em São Paulo – o maior colégio eleitoral do país. Embora citado como peça central para a formação de um palanque competitivo, Haddad não tem planos de deixar a pasta para disputar uma vaga em 2026. No entanto, o presidente deixou claro que espera sacrifícios individuais em prol de um projeto coletivo.

A orientação não se restringe a Haddad. De acordo com estimativas do próprio governo, cerca de 20 dos 38 ministros devem deixar os cargos em abril do próximo ano para disputar assentos no Congresso ou até governos estaduais. Lula reforçou que cada saída precisa ser pensada estrategicamente para fortalecer o campo progressista e evitar fragmentação.

Ainda durante a conversa, Lula avaliou o cenário judicial envolvendo Bolsonaro. O julgamento do ex-presidente pelo Supremo Tribunal Federal (STF), marcado para a próxima terça-feira (2), pode resultar em condenação por tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado democrático de direito. Para Lula, não há espaço para surpresas quanto ao resultado, e a expectativa é de que o processo apenas reforce a polarização política em torno de 2026.

As falas do presidente revelam a preocupação do Palácio do Planalto com a necessidade de se articular melhor no Congresso. Diferente da Câmara, onde o governo tem conseguido avanços pontuais, o Senado tem se mostrado mais resistente às pautas do Executivo. A leitura é de que, sem uma base robusta a partir das próximas eleições, Lula pode ter dificuldades ainda maiores para aprovar projetos estruturantes em seu segundo mandato.

Assim, o encontro no Alvorada marcou não apenas um chamado à unidade dentro do PT, mas também uma tentativa de alinhar estratégias com aliados para que a disputa de 2026 vá além da sobrevivência eleitoral, transformando-se em uma batalha decisiva pela governabilidade. 

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