Lula enfatizou que a renovação
de 54 das 81 cadeiras do Senado em 2026 pode definir o equilíbrio de forças no
Congresso. Segundo ele, caso o PT e seus aliados não consigam formar chapas
competitivas, há risco real de a Casa ser controlada por aliados do
ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que hoje aparecem em vantagem nas pesquisas
preliminares. "Se não elegermos maioria, o Senado vai continuar dominado
por discípulos de Bolsonaro", teria alertado o presidente, segundo relatos
de ministros presentes.
A fala de Lula foi
interpretada como um sinal de pressão sobre o ministro da Fazenda, Fernando
Haddad, um dos principais nomes do partido, sobretudo em São Paulo – o maior
colégio eleitoral do país. Embora citado como peça central para a formação de
um palanque competitivo, Haddad não tem planos de deixar a pasta para disputar
uma vaga em 2026. No entanto, o presidente deixou claro que espera sacrifícios
individuais em prol de um projeto coletivo.
A orientação não se
restringe a Haddad. De acordo com estimativas do próprio governo, cerca de 20
dos 38 ministros devem deixar os cargos em abril do próximo ano para disputar
assentos no Congresso ou até governos estaduais. Lula reforçou que cada saída
precisa ser pensada estrategicamente para fortalecer o campo progressista e
evitar fragmentação.
Ainda durante a conversa,
Lula avaliou o cenário judicial envolvendo Bolsonaro. O julgamento do
ex-presidente pelo Supremo Tribunal Federal (STF), marcado para a próxima
terça-feira (2), pode resultar em condenação por tentativa de golpe de Estado e
abolição violenta do Estado democrático de direito. Para Lula, não há espaço
para surpresas quanto ao resultado, e a expectativa é de que o processo apenas
reforce a polarização política em torno de 2026.
As falas do presidente
revelam a preocupação do Palácio do Planalto com a necessidade de se articular
melhor no Congresso. Diferente da Câmara, onde o governo tem conseguido avanços
pontuais, o Senado tem se mostrado mais resistente às pautas do Executivo. A
leitura é de que, sem uma base robusta a partir das próximas eleições, Lula
pode ter dificuldades ainda maiores para aprovar projetos estruturantes em seu
segundo mandato.
Assim, o encontro no Alvorada marcou não apenas um chamado à unidade dentro do PT, mas também uma tentativa de alinhar estratégias com aliados para que a disputa de 2026 vá além da sobrevivência eleitoral, transformando-se em uma batalha decisiva pela governabilidade.
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