Nascido em 26 de setembro de
1936, filho do também escritor Erico Verissimo (1905-1975), Luis Fernando
cresceu em um ambiente de livros, música e viagens. Foi nos Estados Unidos,
para onde se mudou ainda adolescente quando o pai foi convidado a lecionar na
Universidade da Califórnia, em Berkeley, que despertou sua paixão pelo jazz e
pelo saxofone — instrumento que cultivou como prazer íntimo, mas que, ao
contrário das palavras, não o projetou para além das rodas de amigos.
Com a escrita, no entanto,
Verissimo conquistou milhões de leitores em todo o país, tornando-se uma das
vozes mais populares e refinadas da literatura brasileira contemporânea. Sua
produção atravessou gêneros: crônicas, contos, romances, poesias e cartuns.
Criou personagens que entraram para o imaginário coletivo, como o Analista de
Bagé, a Velhinha de Taubaté, o detetive Ed Mort, a irreverente Família Brasil e
a mordaz Dora Avante, a “socialite socialista”.
Sua marca era a ironia sutil
e inteligente, com a qual transitava entre o trivial do cotidiano e reflexões
filosóficas, sempre costuradas com humor e crítica social. Capaz de rir da
política nacional sem perder a profundidade, ou de transformar a descrição de
uma cena banal em literatura de alto nível, Verissimo mostrou que a crônica
pode ser ao mesmo tempo entretenimento e reflexão.
Desde 1999, manteve colunas
fixas em veículos como O Globo, O Estado de S. Paulo e Zero Hora,
consolidando-se como presença constante no debate público e na vida cultural
brasileira.
Mais do que escritor, Luis
Fernando Verissimo foi um cronista do Brasil real e imaginário, capaz de
retratar o país com olhar agudo e bem-humorado, ao mesmo tempo em que
conquistava gerações de leitores. Sua morte encerra um capítulo fundamental da
literatura nacional, mas sua obra permanece viva como testemunho da
criatividade e da sensibilidade de um dos maiores autores que o país já
conheceu.
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