sábado, 30 de agosto de 2025

Morre Luis Fernando Verissimo, mestre da crônica e um dos maiores nomes da literatura brasileira

                  O Brasil perdeu neste sábado, 30 de agosto, em Porto Alegre, um dos seus escritores mais talentosos e queridos. Luis Fernando Verissimo, cronista, romancista, contista, cartunista e saxofonista apaixonado pelo jazz, morreu aos 88 anos. Ele estava internado desde a semana retrasada em decorrência de uma pneumonia.

Nascido em 26 de setembro de 1936, filho do também escritor Erico Verissimo (1905-1975), Luis Fernando cresceu em um ambiente de livros, música e viagens. Foi nos Estados Unidos, para onde se mudou ainda adolescente quando o pai foi convidado a lecionar na Universidade da Califórnia, em Berkeley, que despertou sua paixão pelo jazz e pelo saxofone — instrumento que cultivou como prazer íntimo, mas que, ao contrário das palavras, não o projetou para além das rodas de amigos.

Com a escrita, no entanto, Verissimo conquistou milhões de leitores em todo o país, tornando-se uma das vozes mais populares e refinadas da literatura brasileira contemporânea. Sua produção atravessou gêneros: crônicas, contos, romances, poesias e cartuns. Criou personagens que entraram para o imaginário coletivo, como o Analista de Bagé, a Velhinha de Taubaté, o detetive Ed Mort, a irreverente Família Brasil e a mordaz Dora Avante, a “socialite socialista”.

Sua marca era a ironia sutil e inteligente, com a qual transitava entre o trivial do cotidiano e reflexões filosóficas, sempre costuradas com humor e crítica social. Capaz de rir da política nacional sem perder a profundidade, ou de transformar a descrição de uma cena banal em literatura de alto nível, Verissimo mostrou que a crônica pode ser ao mesmo tempo entretenimento e reflexão.

Desde 1999, manteve colunas fixas em veículos como O Globo, O Estado de S. Paulo e Zero Hora, consolidando-se como presença constante no debate público e na vida cultural brasileira.

Mais do que escritor, Luis Fernando Verissimo foi um cronista do Brasil real e imaginário, capaz de retratar o país com olhar agudo e bem-humorado, ao mesmo tempo em que conquistava gerações de leitores. Sua morte encerra um capítulo fundamental da literatura nacional, mas sua obra permanece viva como testemunho da criatividade e da sensibilidade de um dos maiores autores que o país já conheceu.

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