domingo, 27 de julho de 2025

Decisão de Sertânia fez história, mas atletas denunciam calote de promessa da prefeita Pollyanna

               O ano de 2025 ficará marcado na história do futebol sertaniense. Pela primeira vez, o Decisão de Sertânia participou da elite do Campeonato Pernambucano, a Série A1, levando o nome do município à principal vitrine do futebol estadual. Com uma campanha digna e combativa, o time garantiu sua permanência na primeira divisão para 2026, mesmo enfrentando limitações estruturais e financeiras.

Mas, se dentro de campo os jogadores demonstraram garra e dedicação, fora das quatro linhas o cenário é de frustração e desrespeito. Segundo denúncias feitas por atletas à reportagem da Folha das Cidades, a promessa de pagamento de premiação (conhecida como “bicho”) feita pela prefeita Pollyanna Abreu, pela permanência da equipe na primeira divisão ainda não foi cumprida, mesmo após quase dois meses da campanha encerrada.

A prefeita, que assumiu o cargo no início de 2025 após ser eleita com discurso de apoio ao esporte, havia prometido, segundo os jogadores, o pagamento de R$ 60 mil como premiação ao elenco em caso de permanência na Série A1. Entretanto, o valor foi reduzido duas vezes – primeiro para R$ 50 mil e, mais recentemente, para R$ 30 mil – e mesmo assim, até o momento nada foi pago.

Em contato com a Folha, o atleta Nino Potiguar, um dos líderes do grupo, desabafou:

“Triste demais essa situação. Não pagaram a premiação nossa, ainda mais era 60 mil e agora eles baixaram e nem sequer falaram mais. Isso quer dizer que não têm palavra e ficam enganando não só a gente, mas o povo de Sertânia todo. Triste realidade. Por isso que nunca vão pra frente, porque não trabalham com a verdade, que era pra ser pra todos. Fica aqui meu desabafo como atleta e homem de verdade.”

A declaração de Nino ecoa o sentimento de decepção e revolta entre os jogadores, que sentiram-se usados politicamente e desrespeitados institucionalmente.

A polêmica se agrava ainda mais quando se lembra que, em outubro de 2024, antes mesmo da posse, a prefeita Pollyanna Abreu já se apresentava como entusiasta e apoiadora do time, chegando a escalar como representante da Prefeitura junto ao clube o servidor público Salviano Rufino.

Outro atleta, Juan Kelsen, reforçou a promessa feita:

“Premiação de R$ 60 mil prometida por Salviano, respaldado pela prefeita, pela permanência na primeira divisão. Prometeram várias vezes nos pagar, deram várias datas. Mas até hoje, não pagaram”.

Apesar das palavras, os atletas ainda esperam ações concretas. “O esforço que fizemos foi enorme. Representamos Sertânia com dignidade. Tudo o que pedimos agora é que cumpram o que prometeram”, relatou outro jogador que preferiu não se identificar.

A permanência do Decisão de Sertânia na Série A1, único do Sertão pernambucano, foi celebrada por torcedores e por toda a região, que enxergam no time uma janela de oportunidades para jovens atletas e para o desenvolvimento do esporte local. No entanto, a falta de apoio institucional e o descumprimento de compromissos comprometem essa construção.

Para um clube que surgiu como esperança, o tratamento recebido pelos atletas revela uma desconexão entre o discurso político e a prática administrativa. O futuro do futebol em Sertânia depende não apenas do talento em campo, mas da responsabilidade e compromisso de quem governa.

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