Segundo Cid, o texto foi apresentado a Bolsonaro em pelo menos duas ou três reuniões. O ex-presidente teria solicitado alterações, como a remoção de trechos que previam prisões em massa de autoridades, incluindo membros do STF, do Congresso Nacional e do próprio ministro Moraes. Ainda assim, o próprio Moraes continuava listado como alvo de prisão, mesmo na versão revista do documento, segundo o militar. Cid detalhou que o texto tinha duas partes:
"Considerandos":
uma introdução robusta, com cerca de 10 páginas, apontando supostas
interferências do TSE e do STF no governo Bolsonaro e no processo eleitoral.
Parte executiva: trazia
fundamentações jurídicas e propostas radicais como:
- Estado de Defesa
- Estado de Sítio
- Prisão de ministros do STF
- Criação de um “conselho eleitoral” para refazer as eleições
Esse documento foi
encontrado na residência do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, durante
operação da Polícia Federal autorizada pelo próprio Moraes.
O depoimento de Mauro Cid é
peça central no julgamento que apura o envolvimento direto de Jair Bolsonaro e
aliados em atos preparatórios para um golpe de Estado. Cid, que firmou acordo
de delação premiada, tem colaborado com as investigações da PF e do STF.
As revelações ampliam o grau
de comprometimento de Bolsonaro com as tentativas de ruptura democrática e
agravam seu cenário jurídico, já que, segundo Cid, o então presidente não
apenas teve ciência do plano, mas sugeriu ajustes e participou das reuniões em
que ele foi discutido.
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