segunda-feira, 28 de agosto de 2023

Acusação solicita revogação da prisão domiciliar do Padre Airton Freire

                Os advogados de acusação do caso de violência sexual do Padre Airton Freire informaram, nesta segunda-feira (28), que vão revogar da prisão domiciliar concedida ao sacerdote. A junta de advogados está representando duas das vítimas, entre elas, a personal stylist, Silvia Tavares de Souza, que acusou o padre de participar de um estupro, quando personal esteve no retiro religioso organizado pela Fundação Terra, em Arcoverde, no Sertão de Pernambuco, em agosto de 2022. 

Nesta manhã, a assistência de acusação realizou uma coletiva de imprensa, sendo este o primeiro pronunciamento sobre o caso. Durante a coletiva, o assistente de acusação enfatizou que o sacerdote teria condições de estar em prisão preventiva. “O padre não está solto, o padre está preso, mas ele está preso no lugar errado. A justiça reconheceu o direito de uma prisão domiciliar que na nossa visão o Judiciário errou. O padre tem total condições de estar preso", pontuou o advogado responsável pelo caso, Rafael Nunes.

Desde a última quinta (24), o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) concedeu a prisão domiciliar ao Padre Airton Freire, fundador da Fundação Terra. Diante ao risco de saúde, a defesa alega que o sacerdote não tem condições físicas para se manter na prisão. “Na sustentação, deixamos claro que o padre corre, conforme os laudos médicos, risco altíssimo de morrer na prisão, onde não poderia ter atendimento médico adequado e rápido”, alegou a defesa do padre Airton.

O padre Airton Freire, de 67 anos, está preso preventivamente desde 14 de julho, no Presídio Advogado Brito Alves, em Arcoverde, no Sertão, após as denúncias de estupro. Contra ele, há quatro inquéritos e dois processos ocorrendo em segredo de Justiça. Desde de 24 de julho, o sacerdote encontra-se sob cuidados intensivos do Real Hospital Português (RHP) devido a duas cirurgias cardíacas válvula aórtica e a implantação de um marca-passo.  

Em resposta, a acusação alega que o religioso tem condições para retornar à prisão preventiva, e teria a capacidade de ter seus cuidados médicos prestados dentro do presídio. "O padre teve a oportunidade de fazer uma cirurgia, fez a cirurgia e poderia ir diretamente ao presídio, e o sistema prisional tem que ter total condição de ter o seu setor ambulatorial, as enfermarias. Se for necessário socorrer, devido a uma piora, socorre", explicou.

Além do caso da personal stylist, Silvia Tavares, o advogado Rafael Nunes informou que atua em defesa de uma outra vítima, desta vez um homem, de 36 anos, no qual por sigilo das investigações não citou detalhes sobre o mesmo. “Pontuaria sem problema nenhum o que ele me falou. Relevo que no dia que ele me contou a violência que sofreu, da forma que aconteceu, não consegui dormir, uma coisa terrível. A questão do inquérito dele ainda está em fase de investigação", detalhou.

Na última terça (22), a defesa do padre, protocolou um pedido para que a Polícia Civil de Pernambuco para que abrisse três inquéritos para investigar supostos crimes cometidos pela personal stylist, Silvia Tavares. Sobre mensagens em que Silvia confessaria ter praticado cinco assassinatos, as supostas mensagens seriam arquivos de áudio e texto que teriam sido enviados a uma amiga de Silvia, mas que foram apagados.

“Isto é uma tentativa de descredibilizar a Silvia, isso não faz qualquer sentido. Estão querendo inverter os papéis, estão querendo colocar Sílvia num lugar que ela não deve ocupar, ela é a vítima. Será que a Sílvia estaria solta? Será mesmo que, se isso tivesse algum sentido, ela não estaria presa? Claro que sim. São cinco homicídios, será que faz algum sentido? Isso é uma tentativa de deixá-la fraca, ser descredibilizá-la e até desencorajar outras vítimas", enfatizou Rafael Nunes.

O advogado de acusação alega que nenhuma das vítimas se conhecem, e que pode haver mais denúncias sobre o religioso. No entanto, a prisão domiciliar por ser algo que dê receio às vítimas que ainda não denunciaram, por achar que o padre está impune. “A prisão domiciliar traz uma sensação de impunidade, fazendo com que outras vítimas fiquem com medo de denunciar o padre e não obter justiça”.

Sobre as seis denúncias, a acusação afirma que “não são vítimas isoladas, são seis vítimas que não se conhecem, que narram com muita segurança e coerência as violações que sofreram. Desde que se operou foi para um verdadeiro hotel cinco estrelas, que é a casa dele", destacou Rafael Nunes. 

Ainda segundo a acusação, “Quem ainda não teve a coragem de fazer a denúncia, tenha, porque o sigilo é garantido. A Silvia é um caso à parte, ela quis mostrar o rosto e detalhar o que ela passou. Mas você que foi vítima e não teve coragem de fazer a denúncia, acredite na polícia. Você que é vítima lembre, você sempre terá tratamento vítima”, afirmou.     

Após o caso houve a criação de um número especial para efetuar denúncias sobre o caso do padre Airton Freire, o telefone é o (81) 99488-7082. Os investigadores disponibilizaram o número para que outras possíveis vítimas do religioso possam denunciá-lo. Do Diario de PernambucoFoto: Ruan Pablo/ESP DP)

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