Apesar
de ser mais de que natural que as obras públicas, ou frutos de concessões públicas, empreguem prioritariamente os trabalhadores da cidade, o futuro shopping Center
de Arcoverde, sob as bênçãos da Prefeitura Municipal que cedeu o privilegiado
terreno ao lado do 3º BPM, aonde funcionava o Parque de Exposições, foi muito mais além e resolveu
discriminar os trabalhadores da região.
Uma
placa afixada no local aonde diz-se que vai ser construído o centro comercial,
informa sobre a entrega de currículo para quem sonha em trabalhar no tão “sonhado”
shopping. Diz literalmente a placa, em letras garrafais: “INFORMAMOS QUE A
ENTREGA DE CURRÍCULOS PARA TRABALHAR NA OBRA DO SHOPPING ARCOVERDE SERÁ FEITA
APENAS PELO EMAIL: rh@shoppingarcoverde.com.br”.
O
detalhe "separatista" vem logo abaixo do texto maior, mas também em letras garrafais menores:
“SÓ ACEITAMOS CURRÍCULOS DE PESSOAS ARCOVERDENSES”. Pelo aviso, tomando alguns exemplos, se a prefeita
Madalena Britto (PSB) não fosse prefeita e nem professora aposentada do Estado
e quisesse trabalhar no shopping, não seria aceita, pois nasceu em Ibimirim. Poucos
ex-prefeitos teriam vaga no propalado shopping, assim como a presidente da Câmara teria vaga se quisesse voltar aos tempos de comerciária, pois nasceu em Buíque.
Cerca
da metade da população de Arcoverde é formada por pessoas que vieram ou
nasceram nas mais de 20 cidades da região, particularmente da Pedra, Buíque,
Tupanatinga, Itaíba, Venturosa, Ibimirim, Sertânia etc. Pelo aviso afixado na
referida placa, nenhuma dessas pessoas, que não são “arcoverdenses”, mas moram
aqui, poderão enviar seus currículos.
Diariamente,
Arcoverde recebe mais de 400 lotações com moradores e jovens de toda a região,
contemplando mais de 26 cidades que fomentam o comércio e o setor de serviços
da cidade, comprando no comércio, realizando consultas e fazendo cursos
superiores e até de 2º grau no município. Cidade pólo, Arcoverde tem sua
economia baseada exatamente nas mais de 4 mil pessoas que diariamente vem ao
município fazer negócios. O mesmo público que o tal shopping espera atrair para suas futuras lojas.
Na
outra ponta, muitos arcoverdenses, esses natos, desconfiam que esses currículos passarão pelos gabinetes
políticos da cidade que deverão colocar o QI, mas, apesar disso, tem muito vereador governista que só
soube da tal chamada ao trabalho depois da divulgação da placa nas redes
sociais. Tem vereador que já não agüenta tanto telefonema pedindo uma vaga. A promessa, feita inclusive nos palanques e campanhas eleitorais da prefeita, é de 1.500 empregos.
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