terça-feira, 30 de dezembro de 2025

PF ouve dirigentes e avalia possível acareação em investigação sobre Banco Master

                A Polícia Federal dá mais um passo decisivo nas investigações que envolvem a crise financeira do Banco Master. Nesta terça-feira (30), a partir das 14h, serão colhidos os depoimentos de três personagens centrais no caso: o empresário Daniel Vorcaro, proprietário do Banco Master; o ex-presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa; e o diretor de Fiscalização do Banco Central do Brasil, Ailton de Aquino Santos.

As oitivas ocorrem em meio à apuração sobre a real situação financeira do Banco Master e as negociações que envolveram a tentativa de venda da instituição ao BRB. Após ouvir os depoentes, a delegada responsável pelo inquérito irá analisar se há contradições relevantes entre as versões apresentadas. Caso identifique divergências significativas, poderá determinar a realização de uma acareação entre os envolvidos.

Todo o procedimento será acompanhado por um juiz auxiliar do gabinete do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), além de um representante do Ministério Público, o que reforça o peso institucional do caso.

As investigações tiveram início em 2024, no âmbito da Justiça Federal. De acordo com a Polícia Federal, há indícios de que o Banco Master não dispunha de recursos suficientes para honrar títulos com vencimento previsto para 2025. Nesse contexto, Daniel Vorcaro e Paulo Henrique Costa teriam atuado conjuntamente nas negociações para a venda da instituição ao BRB, banco público ligado ao Governo do Distrito Federal.

Antes de ser afastado do comando do BRB, após o avanço das investigações sobre fraudes bancárias, Paulo Henrique Costa defendia publicamente a compra do Banco Master como uma saída para a crise enfrentada pela instituição privada.

Segundo investigadores, há expectativa de possíveis divergências no depoimento do diretor do Banco Central, Ailton de Aquino Santos. Embora ele não figure como investigado, diferentemente de Vorcaro e Costa, sua atuação foi técnica e institucional, envolvendo a análise de alternativas para a situação do Banco Master.

Essas alternativas incluíam aporte de recursos, mudança na diretoria, venda da instituição e, por fim, a liquidação. Conforme apuração da Polícia Federal, como as tentativas anteriores não avançaram, a Diretoria de Fiscalização do Banco Central, em conjunto com sua equipe técnica, recomendou a liquidação do banco.

A proposta de venda do Banco Master ao BRB acabou sendo vetada pela Diretoria de Organização do Sistema Financeiro do Banco Central, comandada por Renato Gomes. A decisão final foi submetida à diretoria colegiada da autoridade monetária, que aprovou, por unanimidade, a liquidação da instituição financeira. 

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