terça-feira, 23 de dezembro de 2025

Álvaro Porto rejeita vetos de Raquel Lyra ao Orçamento de 2026 e alega inconstitucionalidade

Presidente da Alepe afirma que governadora tentou "vetar emendas" para restaurar texto original, o que fere o processo legislativo. Disputa envolve o limite de remanejamento de recursos.

O fim do ano legislativo em Pernambuco foi marcado por um novo capítulo no "braço de ferro" entre os poderes. O presidente da Assembleia Legislativa (Alepe), deputado Álvaro Porto (PSDB), rejeitou liminarmente e arquivou os vetos da governadora Raquel Lyra (PSD) ao Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2026. A decisão foi publicada em edição extra do Diário Oficial.

O conflito jurídico e político gira em torno de como o Executivo tentou barrar as mudanças feitas pelos deputados no orçamento estadual.

Na manhã de segunda-feira (22), o Governo do Estado enviou vetos parciais ao PL 3397/2025, alegando que as emendas parlamentares tornavam o orçamento incompatível com a Constituição e contrário ao interesse público.

No entanto, a Presidência da Alepe recusou a tramitação dos vetos. Segundo nota oficial assinada por Álvaro Porto, a governadora tentou "vetar emendas específicas" (como as de número 301, 628 e outras) para fazer valer o texto original enviado em outubro.

Porto argumentou que o veto, pela Constituição, deve ser supressivo (apagar um artigo, parágrafo ou inciso inteiro) e não pode ser usado para rejeitar a essência de uma emenda parlamentar apenas para restaurar a vontade original do Executivo. O presidente da Casa classificou a manobra como "juridicamente inviável" e ofensiva à separação dos Poderes.

A disputa pelos 10% No centro da disputa política está o controle sobre o cofre estadual. Uma das principais alterações que a governadora tentou vetar foi a redução do limite de remanejamento de recursos.

Como o Governo queria: Liberdade para remanejar até 20% do orçamento sem pedir permissão aos deputados.

Como a Alepe aprovou: Redução desse limite para 10%. Acima disso, Raquel Lyra precisaria de autorização legislativa.

Com o arquivamento sumário dos vetos pela presidência da Alepe, prevalece, por ora, a vontade do Legislativo e a interpretação de que a manobra do Executivo foi inconstitucional. 

👉 Acompanhe mais notícias em nossas redes sociais:

📸 Instagram   👍 Facebook

Nenhum comentário:

Postar um comentário