quarta-feira, 19 de novembro de 2025

Operação Alvitre 2: MPPE e Polícia Civil detalham novo esquema de desvio de emendas em Ipojuca

                 O Ministério Público de Pernambuco (MPPE), por meio do Gaeco, e a Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) apresentaram nesta quarta-feira (19) os resultados da segunda fase da Operação Alvitre, que apura um esquema de desvio de recursos públicos por meio de emendas parlamentares no município de Ipojuca. Quatro pessoas foram presas — três por mandados judiciais, incluindo um vereador, um presidente de associação e um empresário — e outra parlamentar foi detida em flagrante. Mandados de busca e apreensão também foram cumpridos em Ipojuca, Recife e Bezerros.

A Justiça determinou ainda o afastamento, por 180 dias, do vereador alvo do mandado de prisão e de dois servidores da Câmara Municipal.

Segundo a promotora Katarina Gouveia, integrante do Gaeco, o núcleo da investigação envolve a destinação de emendas parlamentares a entidades associativas, especialmente a Associação Filhos do Ipojuca, que recebeu cerca de R$ 12 milhões desde 2022, muito acima do patamar histórico de cerca de R$ 200 mil anuais.

As apurações indicam que o presidente da associação seria um “laranja”, e que a entidade funcionava em um imóvel ligado a um vereador, que também teria indicado pessoas próximas em sua direção. “Com o avanço das investigações, encontramos fortes indícios de que o real proprietário da associação era o próprio vereador que destinava as emendas”, afirmou Katarina.

O coordenador do Gaeco, promotor Roberto Brayner, reforçou que a preocupação do MPPE é garantir que a destinação de emendas seja transparente e republicana, alinhada ao entendimento do ministro do STF, Flávio Dino, sobre controle social e publicidade no uso desses recursos.

Segundo o delegado Ney Rodrigues, responsável pelas investigações, as análises das prestações de contas revelaram inconsistências e incapacidade operacional para execução dos serviços que justificavam os repasses milionários. Ele destacou que empresários e membros da Filhos do Ipojuca também teriam participado do esquema.

As autoridades afirmam que os elementos colhidos na operação permitirão aprofundar as investigações, que seguem em sigilo. 

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