A escolha da capital
paraense é simbólica: pela primeira vez, a Amazônia, maior floresta tropical do
mundo e peça-chave no equilíbrio climático global, é palco de uma COP. O presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, que resistiu às objeções sobre a infraestrutura da
cidade, reforçou que o objetivo principal é colocar a Amazônia no centro do
debate ambiental mundial.
“Queremos que o mundo
veja a real situação das florestas, da maior bacia hidrográfica do planeta e
dos milhões de habitantes da região”, destacou o presidente.
O evento ocorre em meio a
grandes expectativas — e também desafios. Apesar de o Brasil preparar a COP30
diplomaticamente há mais de um ano, a infraestrutura local ainda enfrenta
atrasos. No domingo, véspera do início oficial, pavilhões e áreas do centro de
convenções ainda estavam em construção.
Uma fonte ligada à ONU
revelou preocupação com conectividade, transporte e abastecimento de alimentos
para os participantes. “Há uma grande preocupação sobre se tudo estará
pronto a tempo. Conexões, ônibus, tememos até uma falta de comida”,
afirmou.
Mais do que uma conferência
ambiental, a COP30 simboliza o esforço de um planeta diante de projeções cada
vez mais alarmantes sobre o clima. A busca por recursos financeiros para apoiar
países atingidos por desastres naturais — como o furacão que devastou a Jamaica
no mês passado, o mais forte em quase um século — deve dominar as discussões.
O presidente Lula defende um
“mapa do caminho” para o abandono progressivo das energias fósseis, compromisso
firmado na COP28, em Dubai. No entanto, o tema enfrenta resistência
internacional, especialmente com a volta de Donald Trump ao comando dos Estados
Unidos, conhecido por seu ceticismo climático.
Para o embaixador André
Corrêa do Lago, presidente da conferência, o desafio é transformar divergências
em convergência.
“Vamos conseguir um
consenso sobre energias fósseis? É um dos mistérios da COP30”,
afirmou.
Entre incertezas e
esperanças, a COP30 chega como um chamado para que o mundo olhe para a Amazônia
não apenas como um bioma, mas como um símbolo da sobrevivência do planeta.
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