segunda-feira, 6 de outubro de 2025

Telefonema entre Lula e Donald Trump marca retomada de diálogo entre Brasil-EUA

           Em um movimento diplomático de grande simbolismo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva manteve, na manhã desta segunda-feira (6), uma conversa telefônica de 30 minutos com o ex-presidente norte-americano Donald Trump. O diálogo, descrito pelo brasileiro como “cordial e produtivo”, sinaliza uma reaproximação entre as duas maiores democracias do Ocidente e a possível reconstrução de pontes diplomáticas entre Brasília e Washington.

Segundo Lula, a ligação foi marcada por um clima de respeito mútuo e afinidade pessoal, lembrando o encontro entre ambos em Nova York, durante a Assembleia Geral da ONU.

“Recebi, nesta manhã, telefonema do presidente Trump. Conversamos por 30 minutos e relembramos a boa química que tivemos no encontro em Nova York. Considero nosso contato direto uma oportunidade para restaurar as relações amigáveis de 201 anos entre os dois países”, declarou o presidente.

Entre os temas discutidos, Lula destacou o interesse em reequilibrar a balança comercial entre Brasil e Estados Unidos. O presidente lembrou que o país é um dos três do G20 com os quais Washington mantém superávit em bens e serviços, e solicitou a retirada da sobretaxa de 40% sobre produtos brasileiros, além da revisão de medidas restritivas aplicadas contra autoridades nacionais.

Em resposta, Donald Trump designou o secretário de Estado, Marco Rubio, para dar continuidade às negociações com o vice-presidente Geraldo Alckmin, o chanceler Mauro Vieira e o ministro da Fazenda Fernando Haddad. O gesto foi interpretado como um sinal concreto de boa vontade do republicano em fortalecer os laços bilaterais.

Lula afirmou que ambos concordaram em se encontrar pessoalmente em breve. O presidente brasileiro sugeriu a Cúpula da ASEAN, na Malásia, como possível cenário para a reunião, além de reiterar o convite a Trump para participar da COP 30, em Belém, no Pará, em 2025.

“Também me dispus a viajar aos Estados Unidos. Eu e o presidente Trump trocamos telefones para estabelecermos uma via direta de comunicação”, revelou Lula.

A conversa contou com a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin, dos ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores), Fernando Haddad (Fazenda), Sidônio Palmeira (Secretaria de Comunicação) e do assessor especial Celso Amorim, reforçando o peso político e diplomático da ligação.

A retomada do contato direto entre Lula e Trump ocorre em um momento de redefinição das relações internacionais do Brasil, que busca equilibrar sua atuação entre as grandes potências e recuperar protagonismo no cenário global.

Fontes do Palácio do Planalto interpretam o telefonema como um gesto pragmático de Lula, disposto a manter canais abertos de diálogo independentemente das diferenças ideológicas. O ex-presidente Trump, por sua vez, teria reconhecido o papel estratégico do Brasil na América do Sul e demonstrado interesse em uma cooperação comercial e diplomática de longo prazo.

Com o gesto, ambos sinalizam que o pragmatismo pode se sobrepor às divergências políticas, abrindo uma nova fase na história das relações entre Brasil e Estados Unidos — marcada pela diplomacia direta e pela busca de resultados concretos. 

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