quarta-feira, 8 de outubro de 2025

TCE suspende concurso após operação da PF desarticular quadrilha suspeita de fraudes em concursos

           O Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE) anunciou, nesta terça-feira (7), a suspensão do resultado de um concurso público divulgado recentemente, após a Polícia Federal deflagrar uma operação que investiga uma quadrilha suspeita de fraudar certames em Pernambuco, Paraíba e Alagoas.

A ação, que ganhou repercussão nacional, envolve candidatos com histórico de aprovações em múltiplos concursos. Entre os investigados está a advogada recifense Laís Giselly Nunes de Araújo, de 31 anos, aprovada no concurso em questão para o cargo de Auditora de Controle Externo em Tecnologia da Informação, com 67 pontos na prova objetiva. De acordo com as investigações conduzidas pela PF da Paraíba, Laís é suspeita de participar de 14 fraudes em certames ao longo de 11 anos.

Em nota, a defesa da advogada ressaltou que ela é estudiosa e que não deve ser considerada culpada antes do fim das investigações:

“Não pode receber da mídia a condenação de fraudulenta, antes mesmo do trânsito em julgado do processo”, afirmou a defesa.

O concurso, organizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), contemplava dez cargos de nível superior, com edital publicado em 30 de maio. As provas foram aplicadas nos dias 31 de agosto e 7 de setembro, e a lista dos aprovados foi divulgada em 6 de outubro. Com a suspensão, o cronograma do certame permanece indefinidamente paralisado até que todos os fatos sejam esclarecidos, segundo nota conjunta do TCE e da FGV.

Laís iniciou sua trajetória em concursos em 2014, quando passou no exame da Autarquia Municipal de Trânsito de Ipojuca. Desde então, acumulou aprovações em órgãos como o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), prefeituras do Recife e Campina Grande (PB), Instituto Federal de Pernambuco (IFPE) e UFPE, onde chegou a ser nomeada servidora. Em 2022, foi aprovada para o curso de medicina da UFPE e também iniciou o acompanhamento das investigações sobre suspeitas de fraude em certames.

Outro pernambucano apontado pela PF é Luiz Paulo Silva dos Santos, natural do Cabo de Santo Agostinho, investigado por suspeita de fraudar mais de 67 concursos públicos, incluindo o Concurso Nacional Unificado (CNU) do ano passado.

O caso reforça a necessidade de medidas mais rígidas no acompanhamento de concursos públicos, sobretudo para cargos estratégicos, diante da crescente complexidade das fraudes. Até o momento, nenhum dos investigados foi condenado, e os órgãos envolvidos afirmam que todas as etapas do concurso e investigações seguem sob análise rigorosa.

A operação evidencia que, mesmo com protocolos e sistemas de segurança, concursos públicos ainda podem ser alvo de quadrilhas especializadas, gerando impacto direto na credibilidade de certames em todo o país. 

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