Após a aprovação da PEC da
Blindagem, queda expressiva de seguidores nas redes sociais acende alerta entre
parlamentares e provoca retração em votações polêmicas, como o PL da Anistia.
Dez dias depois da aprovação
da chamada PEC da Blindagem, o impacto político da medida já começa a ser
sentido — não apenas nos bastidores de Brasília, mas nas redes sociais.
Deputados de diferentes partidos relatam uma perda significativa de seguidores,
em alguns casos ultrapassando 15 mil perfis em menos de duas semanas, segundo
apuração da jornalista Edilene Lopes, da Rádio Itatiaia, durante participação no
programa CNN Arena.
O fenômeno, embora
aparentemente digital, tem causado preocupação real no meio político. A queda
na popularidade virtual ocorre em um momento sensível, com as eleições
municipais se aproximando e parte dos parlamentares já de olho em 2026. O temor
é que o desgaste nas redes se traduza em perda de votos, especialmente entre
aqueles que construíram boa parte de sua imagem pública no ambiente online.
Enquanto setores da direita
tentam justificar o apoio à PEC como uma forma de “proteger o Legislativo” das
ações do Supremo Tribunal Federal (STF), parlamentares da esquerda que também
votaram favoravelmente incluem, em sua maioria, nomes que não pretendem
disputar nova eleição.
O maior desgaste, no
entanto, parece recair sobre o Centrão, que ficou exposto em uma posição de
fragilidade. Deputados e senadores ligados ao bloco relatam pressão crescente
de prefeitos e bases eleitorais, que veem na PEC um gesto de autoproteção
política.
“O Centrão está
sentindo o baque. A base municipal não entendeu a votação, e muitos
parlamentares já estão repensando a estratégia de comunicação”,
confidenciou um assessor de liderança partidária, sob reserva.
Diante da reação negativa, temas
polêmicos devem permanecer engavetados nas próximas semanas. Um exemplo é o PL
da Anistia, que propõe uma ampla anistia política a diversos grupos, mas
enfrenta resistência tanto da direita quanto da esquerda, especialmente por
causa da dosimetria prevista no texto.
Somente o centro político
ainda demonstra interesse em votar a proposta — mas a leitura majoritária é de
que qualquer movimento precipitado pode custar caro nas urnas e nas redes.
“Há um clima de
cautela generalizada. Ninguém quer se associar a medidas impopulares num
momento de vigilância digital tão intensa”,
avaliou um cientista político ouvido pela reportagem.
O que começou como uma
tentativa de proteger o Parlamento das investigações judiciais e das decisões
do STF, acabou gerando efeito contrário: um desgaste público rápido e
mensurável. Em tempos em que a popularidade virtual se traduz em capital
político, a PEC da Blindagem parece ter exposto mais vulnerabilidades do que
fortalezas.
Nos corredores de Brasília, o sentimento é de que a “blindagem” virou um espelho incômodo, refletindo a distância crescente entre representantes e representados. E, como já se ouve entre os próprios parlamentares, nem toda blindagem resiste ao julgamento das redes — e muito menos das urnas.
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