sábado, 4 de outubro de 2025

PEC da Blindagem cobra preço nas redes: deputados perdem milhares de seguidores

Após a aprovação da PEC da Blindagem, queda expressiva de seguidores nas redes sociais acende alerta entre parlamentares e provoca retração em votações polêmicas, como o PL da Anistia.

Dez dias depois da aprovação da chamada PEC da Blindagem, o impacto político da medida já começa a ser sentido — não apenas nos bastidores de Brasília, mas nas redes sociais. Deputados de diferentes partidos relatam uma perda significativa de seguidores, em alguns casos ultrapassando 15 mil perfis em menos de duas semanas, segundo apuração da jornalista Edilene Lopes, da Rádio Itatiaia, durante participação no programa CNN Arena.

O fenômeno, embora aparentemente digital, tem causado preocupação real no meio político. A queda na popularidade virtual ocorre em um momento sensível, com as eleições municipais se aproximando e parte dos parlamentares já de olho em 2026. O temor é que o desgaste nas redes se traduza em perda de votos, especialmente entre aqueles que construíram boa parte de sua imagem pública no ambiente online.

Enquanto setores da direita tentam justificar o apoio à PEC como uma forma de “proteger o Legislativo” das ações do Supremo Tribunal Federal (STF), parlamentares da esquerda que também votaram favoravelmente incluem, em sua maioria, nomes que não pretendem disputar nova eleição.

O maior desgaste, no entanto, parece recair sobre o Centrão, que ficou exposto em uma posição de fragilidade. Deputados e senadores ligados ao bloco relatam pressão crescente de prefeitos e bases eleitorais, que veem na PEC um gesto de autoproteção política.

“O Centrão está sentindo o baque. A base municipal não entendeu a votação, e muitos parlamentares já estão repensando a estratégia de comunicação”, confidenciou um assessor de liderança partidária, sob reserva.

Diante da reação negativa, temas polêmicos devem permanecer engavetados nas próximas semanas. Um exemplo é o PL da Anistia, que propõe uma ampla anistia política a diversos grupos, mas enfrenta resistência tanto da direita quanto da esquerda, especialmente por causa da dosimetria prevista no texto.

Somente o centro político ainda demonstra interesse em votar a proposta — mas a leitura majoritária é de que qualquer movimento precipitado pode custar caro nas urnas e nas redes.

“Há um clima de cautela generalizada. Ninguém quer se associar a medidas impopulares num momento de vigilância digital tão intensa”, avaliou um cientista político ouvido pela reportagem.

O que começou como uma tentativa de proteger o Parlamento das investigações judiciais e das decisões do STF, acabou gerando efeito contrário: um desgaste público rápido e mensurável. Em tempos em que a popularidade virtual se traduz em capital político, a PEC da Blindagem parece ter exposto mais vulnerabilidades do que fortalezas.

Nos corredores de Brasília, o sentimento é de que a “blindagem” virou um espelho incômodo, refletindo a distância crescente entre representantes e representados. E, como já se ouve entre os próprios parlamentares, nem toda blindagem resiste ao julgamento das redes — e muito menos das urnas. 

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