terça-feira, 28 de outubro de 2025

Megaoperação nas comunidades da Penha e do Alemão deixa 64 mortos e expõe falência da segurança pública no Rio

                   Uma megaoperação conjunta das Polícias Militar e Civil do Rio de Janeiro, realizada nesta terça-feira (28), nos complexos da Penha e do Alemão, terminou com um saldo trágico: 64 mortos, incluindo quatro policiais, e 81 pessoas presas. A ação, que tinha como alvo a facção Comando Vermelho (CV), reacende o debate sobre o colapso da segurança pública no Estado e a necessidade urgente de cooperação entre os governos estadual e federal.

De acordo com o secretário de Segurança Pública, Victor Santos, o Rio vive uma situação de guerra, com áreas dominadas pelo tráfico e pela milícia, onde o Estado praticamente perdeu o controle.

“São aproximadamente 9 milhões de metros quadrados de desordem. Casas construídas de forma irregular, becos que tornam impossível o patrulhamento. Esses criminosos dominaram essa região. Hoje, por exemplo, utilizaram drones lançando artefatos explosivos contra policiais e a população. Essa é a realidade do Estado de guerra que vivemos”, afirmou o secretário em entrevista à TV Globo.

Vídeos divulgados pela Polícia Civil mostram drones lançando bombas em direção às equipes de segurança, em uma das mais ousadas retaliações já vistas no histórico do crime organizado no país.

Santos ressaltou ainda que o governo fluminense solicitou ajuda federal em uma operação anterior, mas o pedido foi negado.

“Sozinho, ninguém consegue fazer nada. São quase 1.900 favelas no Rio de Janeiro. Somos o quarto menor Estado, mas o terceiro mais populoso. Já apreendemos 600 fuzis na mão de criminosos. É um diagnóstico muito ruim. É importante que Estado, prefeitura e União sentem à mesa, sem ideologia”, completou.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública divulgou nota nesta terça-feira (28) na qual afirma que mantém a Força Nacional no Rio de Janeiro desde outubro de 2023, com atuação garantida até dezembro de 2025. Segundo o ministério, essa medida pode ser renovada.

A pasta também afirma que atendeu a todos os 11 pedidos de renovação feitos pelo governo do Rio, o que demonstra "total apoio" do governo às forças de segurança estaduais e federais que atuam na capital fluminense.

A escalada da violência na capital fluminense reacende a discussão sobre a presença do crime organizado em áreas dominadas e a dificuldade das forças de segurança em restabelecer o controle territorial. 

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