Presidente afirma que
derrubada da medida provisória favorece os mais ricos e prejudica o equilíbrio
das contas públicas e os programas sociais.
Em tom de indignação, o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou como uma “derrota do povo
brasileiro” a decisão da Câmara dos Deputados que rejeitou a medida
provisória (MP) que previa compensações ao recuo do aumento do IOF (Imposto
sobre Operações Financeiras). A votação, ocorrida na noite de quarta-feira (8),
representou mais um revés político para o Palácio do Planalto, mas Lula fez
questão de enfatizar que o maior prejudicado, segundo ele, não é o governo, e
sim a população mais pobre.
Em publicação nas redes
sociais, o presidente lamentou o resultado e afirmou que a proposta rejeitada
tinha como objetivo “corrigir injustiças no sistema tributário”,
estabelecendo uma cobrança mais justa sobre quem “ganha e lucra mais”.
“A decisão da Câmara
de derrubar a medida provisória que corrigia injustiças no sistema tributário não
é uma derrota imposta ao governo, mas ao povo brasileiro. Essa medida reduzia
distorções ao cobrar a parte justa de quem ganha e lucra mais. Dos mais ricos”,
escreveu Lula no X (antigo Twitter).
O presidente também associou
a decisão parlamentar à fragilização das políticas públicas e sociais,
destacando que a não aprovação da MP impacta diretamente o equilíbrio fiscal e
os programas voltados às camadas mais vulneráveis da população.
“Impedir essa
correção é votar contra o equilíbrio das contas públicas e contra a justiça
tributária. O que está por trás dessa decisão é a aposta de que o País vai
arrecadar menos para limitar as políticas públicas e os programas sociais que
beneficiam milhões de brasileiros. É jogar contra o Brasil”,
completou.
Assim como a ministra da
Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, o presidente evitou
citar diretamente os responsáveis pela derrota do governo, adotando um discurso
mais ideológico, centrado na defesa da justiça social e no enfrentamento à
concentração de renda. Segundo interlocutores do Planalto, a decisão da Câmara
reflete o distanciamento recente de parte do Centrão, que tem se mostrado menos
disposto a seguir a orientação do governo em temas econômicos sensíveis.
Nos bastidores, entretanto, aliados
do PT apontaram o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos),
como um dos articuladores políticos que influenciaram a derrota da proposta, ao
lado de lideranças como Ciro Nogueira (Progressistas) e Antônio Rueda (União
Brasil). Lula, porém, preferiu não personalizar o embate, tentando manter a
narrativa de que a disputa não é entre partidos, mas entre os interesses dos
ricos e os direitos da maioria trabalhadora.
A MP derrubada pela Câmara
previa mecanismos de compensação fiscal para neutralizar a perda de arrecadação
causada pelo recuo no aumento do IOF, imposto que incide sobre operações de
crédito, câmbio e seguros. A proposta era considerada essencial pelo Ministério
da Fazenda para garantir a responsabilidade fiscal sem comprometer programas
sociais, como o Bolsa Família e o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
Com a rejeição da medida, o governo precisa agora reavaliar suas fontes de financiamento para manter o equilíbrio das contas públicas — um desafio que pode ampliar a tensão entre o Executivo e o Congresso nos próximos meses.
👉 Acompanhe mais notícias e curta nossas redes sociais:


Nenhum comentário:
Postar um comentário