quarta-feira, 8 de outubro de 2025

Lula reage à derrota na Câmara e diz que decisão contra MP do IOF “foi uma derrota do povo brasileiro”

Presidente afirma que derrubada da medida provisória favorece os mais ricos e prejudica o equilíbrio das contas públicas e os programas sociais.

Em tom de indignação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou como uma “derrota do povo brasileiro” a decisão da Câmara dos Deputados que rejeitou a medida provisória (MP) que previa compensações ao recuo do aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). A votação, ocorrida na noite de quarta-feira (8), representou mais um revés político para o Palácio do Planalto, mas Lula fez questão de enfatizar que o maior prejudicado, segundo ele, não é o governo, e sim a população mais pobre.

Em publicação nas redes sociais, o presidente lamentou o resultado e afirmou que a proposta rejeitada tinha como objetivo “corrigir injustiças no sistema tributário”, estabelecendo uma cobrança mais justa sobre quem “ganha e lucra mais”.

“A decisão da Câmara de derrubar a medida provisória que corrigia injustiças no sistema tributário não é uma derrota imposta ao governo, mas ao povo brasileiro. Essa medida reduzia distorções ao cobrar a parte justa de quem ganha e lucra mais. Dos mais ricos”, escreveu Lula no X (antigo Twitter).

O presidente também associou a decisão parlamentar à fragilização das políticas públicas e sociais, destacando que a não aprovação da MP impacta diretamente o equilíbrio fiscal e os programas voltados às camadas mais vulneráveis da população.

“Impedir essa correção é votar contra o equilíbrio das contas públicas e contra a justiça tributária. O que está por trás dessa decisão é a aposta de que o País vai arrecadar menos para limitar as políticas públicas e os programas sociais que beneficiam milhões de brasileiros. É jogar contra o Brasil”, completou.

Assim como a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, o presidente evitou citar diretamente os responsáveis pela derrota do governo, adotando um discurso mais ideológico, centrado na defesa da justiça social e no enfrentamento à concentração de renda. Segundo interlocutores do Planalto, a decisão da Câmara reflete o distanciamento recente de parte do Centrão, que tem se mostrado menos disposto a seguir a orientação do governo em temas econômicos sensíveis.

Nos bastidores, entretanto, aliados do PT apontaram o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como um dos articuladores políticos que influenciaram a derrota da proposta, ao lado de lideranças como Ciro Nogueira (Progressistas) e Antônio Rueda (União Brasil). Lula, porém, preferiu não personalizar o embate, tentando manter a narrativa de que a disputa não é entre partidos, mas entre os interesses dos ricos e os direitos da maioria trabalhadora.

A MP derrubada pela Câmara previa mecanismos de compensação fiscal para neutralizar a perda de arrecadação causada pelo recuo no aumento do IOF, imposto que incide sobre operações de crédito, câmbio e seguros. A proposta era considerada essencial pelo Ministério da Fazenda para garantir a responsabilidade fiscal sem comprometer programas sociais, como o Bolsa Família e o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

Com a rejeição da medida, o governo precisa agora reavaliar suas fontes de financiamento para manter o equilíbrio das contas públicas — um desafio que pode ampliar a tensão entre o Executivo e o Congresso nos próximos meses. 

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