Moradores classificaram a
edição deste ano como uma das mais precárias já realizadas. Faltou estrutura,
apoio e até o básico para garantir o conforto dos fiéis. O sentimento geral foi
de abandono de uma das celebrações mais antigas e simbólicas da comunidade
sertaneja.
A programação religiosa, que
costuma atrair devotos de toda a região, foi marcada por falhas graves na
estrutura. O som utilizado nas celebrações foi considerado inadequado, chegando
a comprometer a apresentação do missionário Teto Fonseca, convidado especial da
noite.
Em um gesto de
solidariedade, um morador precisou emprestar o próprio carro de som para que a
tradicional procissão pudesse acontecer — uma medida improvisada que, segundo
os fiéis, simboliza o abandono da gestão municipal com a comunidade.
“É triste ver o que fizeram
com a nossa festa. Sempre foi um momento bonito, de união e fé, mas esse ano
faltou tudo: som, estrutura, banheiros, até o parque das crianças”,
lamentou uma moradora, pedindo para não ser identificada.
A noite de shows musicais,
realizada no dia 3, também foi alvo de críticas. A ausência de banheiros
químicos obrigou frequentadores a improvisarem um espaço com uma cortina em um
beco ao lado do açougue público. Após reclamações, o banheiro do prédio foi
aberto para uso do público.
O resultado da
desorganização foi visível: baixo público e insatisfação generalizada. O que
antes era sinônimo de festa e reencontros, este ano se transformou em um evento
esvaziado e desanimado.
Outro símbolo da decadência
do evento foi a ausência do tradicional parque de diversões, que sempre foi um
dos pontos mais aguardados, especialmente pelas crianças. Sem o parque e sem
estrutura adequada, a festa perdeu o colorido e a alegria que costumavam marcar
o mês de outubro em Albuquerque Né.
Até o momento, a Prefeitura
de Sertânia não se pronunciou oficialmente sobre as falhas relatadas. Para os
moradores, o episódio reflete uma falta de compromisso da gestão municipal com
as comunidades rurais e com a preservação das tradições religiosas e culturais
do município.
Mesmo diante do abandono, a
fé resistiu. A devoção dos moradores garantiu que o padroeiro São Francisco de
Assis fosse homenageado — ainda que entre fios de microfone mal ligados,
procissão improvisada e aplausos que tentavam abafar o som da negligência
pública.
“A festa foi feita pelo povo, não pela Prefeitura. A fé continua, mas o respeito acabou”, resumiu um morador emocionado.
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