Advogada da vítima afirma
que governo tenta tratar o caso como episódio isolado e denuncia outras
ocorrências de violência praticadas por policiais no Cabo de Santo Agostinho.
A defesa da mulher de 48
anos que denunciou ter sido estuprada dentro de um posto da Polícia Militar de
Pernambuco (PMPE), no Cabo de Santo Agostinho, criticou a postura do secretário
de Defesa Social, Alessandro Carvalho, após ele ter se manifestado publicamente
pedindo “desculpas” sobre o caso.
O episódio veio à tona após
a denúncia da mulher, que afirmou ter sido abordada em uma blitz e levada para
um quarto nas dependências do Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv), onde
relatou ter sido violentada por um policial enquanto outros dois militares
estavam de plantão.
Após a denúncia, a Secretaria
de Defesa Social (SDS) anunciou o afastamento dos três policiais envolvidos. O
secretário, ao se pronunciar sobre o caso, classificou o episódio como
“lamentável”, o que gerou reação da defesa da vítima.
Nesta quarta-feira (15), a
advogada Maria Júlia Leonel, que representa a vítima, afirmou ver uma tentativa
do governo de isolar o caso e tratá-lo como uma exceção.
“Nem te digo o que
acho das desculpas do secretário. O que percebo é uma pressa em isolar o fato,
como se fosse um episódio pontual. Recebemos sérias denúncias de estupros e
outras violências praticadas por policiais no Cabo”,
declarou a defensora.
A advogada também questionou
a falta de informações oficiais sobre o afastamento dos PMs.
“Até agora, isso não
chegou formalmente à vítima. Tudo o que sabemos vem da imprensa e, em parte,
contradiz o que foi informado pela major responsável pelo inquérito na Polícia
Judiciária Militar”, acrescentou.
Ainda segundo a defesa, uma reunião
foi marcada para a tarde desta quarta-feira (15), na sede da SDS, em Santo
Amaro, Recife, para tratar do caso.
Devem participar do encontro
representantes do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), da Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB-PE), da Secretaria da Mulher, além da delegada-geral
adjunta da Polícia Civil e dos advogados da vítima.
“Paralelamente a
isso, estou protocolando uma petição solicitando novas diligências no processo”,
adiantou Leonel.
A advogada também informou que a sessão de reconhecimento formal do policial acusado de estuprar a mulher está agendada para a próxima sexta-feira (17).
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