quarta-feira, 22 de outubro de 2025

Chef de cozinha morre após 10 horas de espera em hospital de Olinda

               A morte da chef de cozinha Paloma Alves Moura, de 46 anos, após quase dez horas de espera por atendimento no Hospital do Tricentenário, em Olinda, reacendeu o debate sobre negligência e preconceito no sistema público de saúde. Familiares e amigos denunciam que a demora e a falta de cuidados adequados ocorreram porque profissionais da unidade suspeitaram, de forma precipitada, que a paciente havia realizado um aborto — o que não era verdade.

De acordo com relatos, Paloma deu entrada no hospital no dia 8 de outubro com fortes dores na região do útero e sangramento intenso. Mesmo diante da gravidade, o atendimento foi tratado com descaso. “Ela sentia muita dor, mas os médicos insistiam que era aborto e ignoraram nossos pedidos de ajuda”, relatou a amiga Thais Leal, que acompanhava a paciente junto à filha dela, Maria Clara.

O caso ganhou contornos de indignação social ao revelar um problema recorrente: a dificuldade de mulheres receberem atendimento digno quando há suspeita de aborto, mesmo em situações de outras doenças ginecológicas graves, como endometriose — diagnóstico que familiares afirmam que Paloma já possuía.

A Delegacia Seccional de Olinda instaurou inquérito policial, e o Ministério Público recebeu denúncia formal. O hospital negou ter havido negligência e afirmou, em nota, que a paciente “recebeu acolhimento imediato e todos os procedimentos indicados”. Já a Prefeitura de Olinda anunciou a abertura de sindicância para apurar responsabilidades.

Para especialistas, o caso expõe um duplo problema: falhas estruturais no atendimento hospitalar e preconceitos que afetam o tratamento de mulheres, especialmente em casos envolvendo o sistema reprodutivo. A morte de Paloma Alves Moura deixa uma lacuna de dor entre familiares e amigos — e um alerta urgente sobre a necessidade de humanização e responsabilidade na saúde pública. 

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