Representantes
do Sindicato dos Urbanitários de Pernambuco (Sindurb-PE) afirmam que o preço de
referência estabelecido — R$ 1,84 por metro cúbico — coloca em risco a sustentabilidade
financeira da estatal e favorece as concessionárias privadas.
O
sindicato protocolou no Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE) um relatório de
mais de 60 páginas, com base em estudos técnicos, que projeta impactos severos
caso o valor seja mantido. Segundo o documento, o custo mínimo necessário para
cobrir as despesas da companhia seria de R$ 2,12/m³.
Além disso, o estudo compara os números com tarifas praticadas em outros estados:
- Casal (Alagoas): R$ 2,409/m³ (previsto para 2025)
- Cedae (Rio de Janeiro): R$ 2,28/m³ (em 2024)
Com
a tarifa fixada abaixo desses patamares, o relatório estima que a Compesa pode
acumular um déficit superior a R$ 3 bilhões apenas nos cinco primeiros anos da
concessão.
Durante
a coletiva, a representante do Sindurb-PE e funcionária da Compesa, Kátia
Botafogo, manifestou preocupação quanto ao futuro dos trabalhadores.
“Temos preocupação com nossos empregos, porque vamos ficar na parte
pública da empresa, onde existe um desmonte das estruturas, sem falar nessa
questão do preço da água que será vendida da Compesa para a empresa privada.
Nosso receio é que isso enfraqueça cada vez mais a companhia”, afirmou a sindicalista.
Ela
participou do ato junto com um pequeno grupo de assistentes sociais, que
protestou em frente ao local do evento, chamando a atenção para os riscos
sociais e econômicos da proposta.
O
edital faz parte do processo de concessão parcial dos serviços de saneamento,
conduzido em parceria com o BNDES. O governo estadual defende o modelo como
forma de ampliar investimentos e acelerar a universalização dos serviços. O TCE
deverá analisar os apontamentos feitos pelo sindicato antes da homologação
final do processo.
A
disputa em torno da tarifa do metro cúbico de água promete se tornar um dos
principais pontos de embate entre governo, trabalhadores e órgãos de controle
nos próximos meses.
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