Em Iguaracy, no dia 1º de
setembro, o prefeito Pedro Alves publicou decreto que prevê, entre outras
ações, restrições no uso de veículos oficiais em fins de semana e feriados,
suspensão de horas extras, corte em diárias e capacitações, redução no consumo
de materiais e energia, além de diminuição dos salários de cargos
comissionados, contratados e prestadores de serviços.
No dia seguinte, em São José
do Egito, o prefeito Fredson Brito anunciou corte linear de 20% nos salários do
prefeito, vice-prefeito, secretários, cargos comissionados e contratados pelos
próximos quatro meses. A medida foi apresentada como resposta à queda nos
repasses do FPM e ICMS, mas também foi motivada por decisões judiciais
relacionadas ao Fundo de Previdência Municipal (FUNPREJ), que obrigaram o
município a aumentar em cerca de R$ 300 mil mensais os repasses aos professores
aposentados.
Em Ingazeira, o prefeito Luciano
Torres instituiu, por meio do Decreto nº 027/2025, cortes de 10% nos salários
de cargos comissionados e contratados temporários (exceto serviços essenciais),
redução de 50% em gratificações já concedidas, restrição ao uso da frota e
diminuição de despesas com energia, água, diárias e assessorias contratadas.
Por fim, em Afogados da
Ingazeira, o prefeito Sandrinho Palmeira publicou decreto suspendendo
afastamentos de servidores, novas gratificações, cessão de veículos oficiais
para associações e eventos externos, além de reduzir jornada e despesas com energia,
água e manutenção de frota. O documento tem validade até 31 de dezembro.
Apesar da narrativa de queda
nas receitas, dados oficiais mostram que os repasses às prefeituras da região
cresceram consideravelmente em 2025. Um exemplo: um município da região
recebeu, entre janeiro e agosto de 2024, R$ 82.032.634,15. Se os valores
tivessem sido apenas reajustados pela inflação acumulada de 3,52%, o total
deveria ter alcançado R$ 84.920.182,87. Porém, em 2025, o mesmo município
recebeu R$ 91.129.479,28, representando um aumento de aproximadamente 11% — bem
acima da inflação.
Segundo a especialista em
finanças públicas Izilda Sampaio, esses números demonstram que não houve queda
nos repasses constitucionais, mas um crescimento expressivo. “É
fundamental que a verdade seja restabelecida com base em dados concretos e
oficiais. Medidas de austeridade são importantes, mas não podem ser
justificadas por informações incorretas sobre os recursos disponíveis”,
afirma.
O episódio evidencia um paradoxo no Sertão: enquanto gestores adotam medidas drásticas para conter despesas, os repasses federais e estaduais cresceram, apontando para a necessidade de maior transparência e comunicação clara sobre as finanças municipais. com informações do Nill Junior
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