domingo, 14 de setembro de 2025

Nova ordem executiva dos EUA libera celulose e ferro-níquel brasileiros de sobretaxas

             O governo dos Estados Unidos anunciou, no último dia 5, a Ordem Executiva nº 14.346, que trouxe um importante alívio para parte do comércio exterior brasileiro. A medida retirou a cobrança de tarifas adicionais sobre as exportações de celulose e ferro-níquel produzidos no Brasil, livrando-os tanto da alíquota de 10%, estabelecida em abril, quanto da sobretaxa de 40%, aplicada em 30 de julho.

A decisão representa uma vitória parcial para o setor produtivo brasileiro, sobretudo no segmento de celulose, responsável por movimentar US$ 1,55 bilhão em vendas para os EUA em 2024, apenas em pastas químicas de madeira conífera e não conífera. No total, as exportações brasileiras desses dois produtos (celulose e ferro-níquel) renderam US$ 1,84 bilhão no ano passado, equivalente a 4,6% do volume vendido pelo Brasil ao mercado norte-americano.

Com a nova ordem executiva, 25,1% do total exportado pelo Brasil aos EUA passa a estar livre das sobretaxas impostas neste ano. O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, comemorou o resultado, mas ponderou que ainda há negociações em curso.

“O governo segue empenhado em diminuir a incidência de tarifas dos EUA sobre os produtos brasileiros. A mais recente ordem executiva dos EUA representa um avanço sobretudo para o setor de celulose do Brasil. Mas ainda há muito a ser feito e seguimos trabalhando para isso”, afirmou Alckmin.

Segundo dados do MDIC, divulgados em 11 de setembro, o Brasil exportou cerca de US$ 40 bilhões em produtos para os EUA em 2024. Desse total:

  • 34,9% (US$ 14,1 bilhões) estão sujeitos às tarifas adicionais de 10% e 40%;
  • 16,7% (US$ 6,8 bilhões) estão sujeitos apenas à alíquota de 10%;
  • 25,1% (US$ 10,1 bilhões) estão livres de sobretaxas, após a nova decisão;
  • 23,3% (US$ 9,4 bilhões) continuam sujeitos a tarifas específicas, aplicadas de forma universal a todos os países.

Embora a medida traga fôlego ao setor de celulose e ferro-níquel, as exportações brasileiras ainda enfrentam forte impacto das sobretaxas impostas pelos Estados Unidos em 2024. A negociação bilateral deve seguir como prioridade da política comercial brasileira, já que o país busca ampliar margens de competitividade no maior mercado consumidor do mundo. 

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