Segundo a portaria de
instauração, assinada pelo promotor Samuel Farias, da Promotoria de Justiça de
Itapetim, os pagamentos eram realizados sem registro em programas oficiais, sem
cadastramento, empenho prévio ou recibo, em alguns casos entregues pessoalmente
pela então prefeita. Para o Ministério Público, a prática pode configurar
desvio de finalidade administrativa.
O promotor destacou que tais
condutas, “em tese, configuram atos de improbidade administrativa”, além de
potenciais crimes de peculato, associação criminosa, lavagem de capitais e
crimes de responsabilidade.
A abertura do inquérito
decorre de documentos remetidos pela Procuradoria Regional da República da 5ª
Região, extraídos do Inquérito Policial Federal nº 108/2016. De acordo com
depoimentos colhidos pela Polícia Federal, os pagamentos em espécie eram
habituais, levantando a suspeita de irregularidades no uso de recursos públicos.
Para dar sequência à
investigação, o MPPE estabeleceu diligências que envolvem:
- Encaminhamento ao CAOP Criminal: análise técnico-criminal dos elementos de prova, incluindo possível enquadramento penal, consistência das evidências e exame de eventual prescrição.
- Requisição a órgãos públicos: envio de ofícios à Prefeitura de Brejinho, à Câmara Municipal e ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE) para obtenção de informações como:
- Normas ou decretos que regulamentassem programas sociais de pagamento direto;
- Relação detalhada de pagamentos em espécie realizados entre 2015 e 2017, com identificação dos beneficiários;
- Verificação se tais repasses foram declarados nas prestações de contas municipais.
Após a análise das informações
solicitadas, o inquérito seguirá para novas deliberações, podendo incluir
oitivas, perícias ou outras providências. O caso também será acompanhado pelo
Centro de Apoio Operacional às Promotorias Criminais (CAOP Criminal), que
avaliará a viabilidade de eventual ação penal.
O procedimento tramita em caráter sigiloso na Promotoria de Justiça de Itapetim, mas já lança luz sobre possíveis irregularidades graves na aplicação de recursos públicos durante a gestão da ex-prefeita de Brejinho.
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