“Indulto é golpismo
de marcha ré”, declarou Alckmin, após participar do leilão
do túnel Santos-Guarujá. O vice-presidente ressaltou que o Brasil tem em sua
história a defesa da liberdade e da democracia, lembrando a atuação dos
pracinhas brasileiros contra o nazismo e o fascismo na Segunda Guerra Mundial. “Está
na índole do povo brasileiro a democracia. É a democracia que promove inclusão”,
afirmou.
A crítica de Alckmin se soma
às manifestações de outros ministros do governo. O ministro da Fazenda,
Fernando Haddad, também se pronunciou durante o evento e disse que a
polarização é parte natural da política, desde que não ultrapasse os limites
democráticos.
“Quando a polarização
é de tipo autoritário, em que se pensa em eliminar o adversário, essa é a
polarização que ninguém quer”, destacou Haddad.
Já o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, foi enfático ao rejeitar qualquer possibilidade de o Congresso votar uma proposta de anistia. Ele defendeu que as pautas do Legislativo se concentrem em temas estruturantes, como o imposto de renda e a reforma administrativa.
Enquanto ministros do governo federal se posicionaram de forma clara contra a anistia, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, evitou comentar o assunto. Questionado sobre as falas de Alckmin, o governador disse que “só falaria sobre o túnel nesta sexta-feira”, preferindo não responder sobre a anistia ou sobre sua recente ida a Brasília para tratar da proposta.
Tarcísio já declarou em
entrevistas anteriores que concederia indulto ao ex-presidente Jair Bolsonaro
caso fosse eleito presidente da República. Apesar da divergência de visões,
Alckmin não mencionou o governador em sua fala.
O tema da anistia reacende
tensões entre Executivo e setores do Legislativo, além de expor divergências
entre autoridades estaduais e federais. Para o governo, a defesa da democracia
e a responsabilização pelos atos de 8 de janeiro são pontos inegociáveis. Já
parlamentares e aliados da oposição continuam pressionando pela concessão de
perdão aos envolvidos.
A discussão deve ganhar novos capítulos no Congresso nos próximos dias, em meio à disputa de narrativas que coloca de um lado a defesa do Estado democrático de direito e, de outro, a tentativa de relativizar os atos considerados golpistas.
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