sexta-feira, 5 de setembro de 2025

Alckmin critica proposta de anistia a golpistas de 8 de janeiro: “Indulto é golpismo de marcha ré”

              O debate em torno da possibilidade de anistiar os condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro voltou ao centro da cena política nacional. Na noite desta sexta-feira (5), em São Paulo, o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, criticou de forma contundente a proposta em discussão no Congresso.

“Indulto é golpismo de marcha ré”, declarou Alckmin, após participar do leilão do túnel Santos-Guarujá. O vice-presidente ressaltou que o Brasil tem em sua história a defesa da liberdade e da democracia, lembrando a atuação dos pracinhas brasileiros contra o nazismo e o fascismo na Segunda Guerra Mundial. “Está na índole do povo brasileiro a democracia. É a democracia que promove inclusão”, afirmou.

A crítica de Alckmin se soma às manifestações de outros ministros do governo. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também se pronunciou durante o evento e disse que a polarização é parte natural da política, desde que não ultrapasse os limites democráticos.

“Quando a polarização é de tipo autoritário, em que se pensa em eliminar o adversário, essa é a polarização que ninguém quer”, destacou Haddad.

Já o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, foi enfático ao rejeitar qualquer possibilidade de o Congresso votar uma proposta de anistia. Ele defendeu que as pautas do Legislativo se concentrem em temas estruturantes, como o imposto de renda e a reforma administrativa. 

Enquanto ministros do governo federal se posicionaram de forma clara contra a anistia, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, evitou comentar o assunto. Questionado sobre as falas de Alckmin, o governador disse que “só falaria sobre o túnel nesta sexta-feira”, preferindo não responder sobre a anistia ou sobre sua recente ida a Brasília para tratar da proposta.

Tarcísio já declarou em entrevistas anteriores que concederia indulto ao ex-presidente Jair Bolsonaro caso fosse eleito presidente da República. Apesar da divergência de visões, Alckmin não mencionou o governador em sua fala.

O tema da anistia reacende tensões entre Executivo e setores do Legislativo, além de expor divergências entre autoridades estaduais e federais. Para o governo, a defesa da democracia e a responsabilização pelos atos de 8 de janeiro são pontos inegociáveis. Já parlamentares e aliados da oposição continuam pressionando pela concessão de perdão aos envolvidos.

A discussão deve ganhar novos capítulos no Congresso nos próximos dias, em meio à disputa de narrativas que coloca de um lado a defesa do Estado democrático de direito e, de outro, a tentativa de relativizar os atos considerados golpistas. 

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