terça-feira, 26 de agosto de 2025

Itamaraty reage a ataque de ministro israelense contra Lula e denuncia “grosserias inaceitáveis”

             O governo brasileiro reagiu de forma contundente às declarações do ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, que nesta terça-feira (26) acusou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ser “antissemita” e “apoiador do Hamas”, além de compará-lo ao líder supremo do Irã, Ali Khamenei.

Em publicação no X (antigo Twitter), Katz disse que Lula teria “revelado sua verdadeira face” ao retirar o Brasil da Aliança Internacional de Memória do Holocausto (IHRA), decisão que, segundo ele, colocaria o país “ao lado de regimes como o Irã, que nega o Holocausto e ameaça destruir Israel”. O ministro ainda publicou uma imagem criada por inteligência artificial em que Lula aparece como um boneco de marionete manipulado por Khamenei.

O Ministério das Relações Exteriores rebateu de imediato as acusações, classificando-as como “inverdades e grosserias inaceitáveis contra o Brasil e o Presidente Lula”.

Em tom firme, o Itamaraty afirmou esperar do ministro Katz “responsabilidade” diante do contexto da guerra em Gaza. “Espera-se do sr. Katz, em vez de habituais mentiras e agressões, que assuma responsabilidade e apure a verdade sobre o ataque de ontem contra o hospital Nasser, em Gaza, que provocou a morte de ao menos 20 palestinos, incluindo pacientes, jornalistas e trabalhadores humanitários”, destacou a nota publicada também no X.

A chancelaria brasileira também ampliou a resposta apontando os números da ofensiva militar israelense em Gaza: 62.744 mortos, dos quais um terço mulheres e crianças, além de denúncias de uso da fome como arma de guerra contra a população.

O Itamaraty recordou que Israel está sob investigação na Corte Internacional de Justiça (CIJ) por possível violação da Convenção para a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio. “Como Ministro da Defesa, o senhor Katz não pode se eximir de sua responsabilidade, cabendo-lhe assegurar que seu país não apenas previna, mas também impeça a prática de genocídio contra os palestinos”, encerra a nota.

As declarações de Katz e a resposta dura do governo brasileiro acrescentam tensão a um cenário já delicado nas relações entre Brasília e Tel Aviv. Desde o início da guerra em Gaza, Lula e o Itamaraty têm defendido um cessar-fogo imediato, criticando abertamente a condução da ofensiva israelense, o que tem provocado atritos constantes com o governo de Benjamin Netanyahu. 

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