A nota apresenta um conjunto
de dados que, segundo os gestores, desmontam a narrativa atribuída a Zema, de
que o Nordeste seria responsável por desequilíbrios na federação.
O texto destaca que, em 2024,
o BNDES desembolsou R$ 133,7 bilhões, dos quais 73% foram destinados ao Sul e
ao Sudeste. Minas Gerais, por exemplo, recebeu sozinho R$ 12,7 bilhões,
ocupando a 4ª posição entre os estados mais beneficiados. O Nordeste, por sua
vez, ficou com R$ 13,3 bilhões, menos do que Minas Gerais isoladamente.
Nos Gastos Tributários federais,
a previsão para 2025 é de R$ 536,4 bilhões em renúncia fiscal. Desse total, R$
256,2 bilhões se concentram no Sudeste e R$ 89,3 bilhões no Sul, enquanto o
Nordeste terá acesso a R$ 79,3 bilhões. Em termos proporcionais, as regiões Norte
(75,6%) e Nordeste (37,2%) são as que mais dependem desses mecanismos, o que,
segundo os governadores, reforça o papel redistributivo estabelecido pela
Constituição Federal.
Outro ponto contestado pelos
gestores é a ideia de que o Nordeste seria responsável pelo endividamento da
União. De acordo com a nota, 92% da dívida pública estadual com a União está
concentrada no Sul e Sudeste, enquanto o Nordeste responde por apenas 3%.
O documento também resgata
aspectos históricos, lembrando que o Estado brasileiro privilegiou, desde o
período colonial, o eixo Sul-Sudeste com infraestrutura, crédito e
investimentos industriais, enquanto o Nordeste enfrentou migrações forçadas,
seca e desestruturação agrária.
A nota também rebate o
argumento de que programas sociais criariam dependência na região. Governadores
defendem que iniciativas como Bolsa Família, BPC e Garantia Safra funcionam
como colchão de proteção em tempos de crise, além de gerarem efeitos
multiplicadores na economia local.
“O Nordeste nunca
reivindicou esmolas, mas lutou pela criação de políticas de desenvolvimento
regional capazes de valorizar suas potencialidades e apoiar seus
empreendedores”, afirma o documento, assinado pelos nove governadores,
entre eles o presidente do Consórcio, Rafael Fonteles (PI).
Com o manifesto, os gestores nordestinos reforçam uma posição de unidade política frente às tensões federativas, buscando reafirmar o papel da região na construção de um país mais equilibrado.
👉 Acompanhe mais notícias e curta nossas
redes sociais:


Nenhum comentário:
Postar um comentário