Operação, oficialmente
ligada à segurança nacional, reacende polêmica sobre livro e manuseio de
documentos sigilosos da era Trump, em um movimento que abala o cenário político
americano.
INTERNACIONAL – O já polarizado cenário político dos Estados Unidos foi abalado por uma notícia de alto impacto nesta sexta-feira (22). O FBI, a polícia federal americana, realizou uma operação de busca na residência de John Bolton, que foi Conselheiro de Segurança Nacional durante o governo de Donald Trump e hoje é um de seus mais contundentes críticos.
A operação, oficialmente
enquadrada em uma "investigação sobre segurança nacional", ocorreu na
casa de Bolton em Bethesda, Maryland. Em uma breve declaração à CNN, o
ex-assessor, de 76 anos, afirmou não ter sido informado sobre os motivos da
busca e que sua equipe legal está buscando esclarecimentos.
Aumentando a intriga
política, Kash Patel, um ex-funcionário de alto escalão do governo Trump,
publicou na rede social X a frase "ninguém está acima da lei", sem
mencionar Bolton diretamente, em um comentário visto como uma alusão à
operação.
Embora o motivo concreto não
tenha sido divulgado, fontes da mídia norte-americana especulam que a
investigação pode ter duas origens principais: o possível manuseio indevido de
documentos confidenciais da época em que serviu na Casa Branca ou, mais
provavelmente, a reabertura de uma investigação sobre as informações reveladas
em seu polêmico livro de 2020, "A Sala Onde Aconteceu".
Na época de seu lançamento,
o livro, que traça um retrato devastador da presidência de Trump, foi alvo de
uma tentativa de censura por parte do então presidente. A publicação gerou uma
investigação criminal para apurar se Bolton havia revelado informações
sigilosas. Contudo, o caso foi arquivado em 2021 pela administração de Joe
Biden, o que torna a busca de hoje ainda mais surpreendente.
No livro, Bolton acusa Trump de inúmeras práticas antiéticas, incluindo um pedido de ajuda ao presidente chinês, Xi Jinping, para garantir sua reeleição. "As conversas de Trump [...] confirmaram um comportamento fundamentalmente inaceitável que corrói a própria legitimidade da Presidência”, escreveu Bolton. A busca na casa de um ex-conselheiro de segurança nacional é um evento raríssimo e levanta questões sobre se a ação é uma investigação legítima de segurança ou se possui motivações políticas. Foto: Roberto Schmidt / AFP
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