Movimento rápido redesenha o
mapa de forças na Alepe, tira o PSDB do bloco governista e reduz o poder da
governadora na composição da comissão que investigará sua gestão. A deputada
Débora Almeida, aliada de Raquel, foi destituída da liderança.
Em um dos movimentos mais
calculados e impactantes da atual legislatura, o deputado estadual Diogo Moraes
(ex-PSB) oficializou sua filiação ao PSDB e, em menos de 24 horas, promoveu um
verdadeiro rearranjo de forças na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).
A manobra, que culminou com sua ascensão à liderança da bancada tucana nesta
segunda-feira (18), tem um alvo claro: diminuir o poder de fogo da governadora
Raquel Lyra (PSDB) na iminente Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que
investigará sua gestão.
A articulação, antecipada
pelo jornalista Elielson Lima, foi executada com precisão cirúrgica. Até a
semana passada, o PSDB, com seus três deputados — Álvaro Porto, Izaías Régis e
Débora Almeida —, integrava o bloco de sustentação do governo. Débora, uma
aliada de primeira hora da governadora, era a líder da bancada e o nome natural
para representar o partido na CPI, garantindo uma voz governista na comissão.
Contudo, a chegada de Diogo
Moraes mudou o jogo. Com o aval da executiva estadual, ele não apenas se
filiou, mas foi imediatamente alçado ao posto de líder. Seu primeiro e mais
contundente ato foi retirar o PSDB do "blocão" governista.
Na prática, a decisão tem um
efeito matemático devastador para o Palácio do Campo das Princesas. A
composição de uma CPI é proporcional ao tamanho dos blocos partidários. Ao
encolher a base aliada, a manobra de Moraes reduz o número de vagas que o
governo teria direito na comissão, abrindo espaço para uma composição mais
independente ou alinhada à oposição.
A consequência direta é que a governadora Raquel Lyra, que é do mesmo partido, agora enfrentará uma CPI potencialmente mais hostil, sem a garantia de controle que sua base aliada projetava. A destituição de Débora Almeida da liderança simboliza a perda de espaço do núcleo mais fiel à governadora dentro da legenda. A nova configuração de forças na Alepe sinaliza que o governo terá que aprimorar sua articulação política para enfrentar uma investigação que se anuncia mais desafiadora do que o previsto. Foto: Lucas Patrício
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