segunda-feira, 18 de agosto de 2025

Diogo Moraes filia-se ao PSDB, assume liderança e enfraquece governo Raquel Lyra na véspera da CPI

Movimento rápido redesenha o mapa de forças na Alepe, tira o PSDB do bloco governista e reduz o poder da governadora na composição da comissão que investigará sua gestão. A deputada Débora Almeida, aliada de Raquel, foi destituída da liderança.

Em um dos movimentos mais calculados e impactantes da atual legislatura, o deputado estadual Diogo Moraes (ex-PSB) oficializou sua filiação ao PSDB e, em menos de 24 horas, promoveu um verdadeiro rearranjo de forças na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). A manobra, que culminou com sua ascensão à liderança da bancada tucana nesta segunda-feira (18), tem um alvo claro: diminuir o poder de fogo da governadora Raquel Lyra (PSDB) na iminente Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigará sua gestão.

A articulação, antecipada pelo jornalista Elielson Lima, foi executada com precisão cirúrgica. Até a semana passada, o PSDB, com seus três deputados — Álvaro Porto, Izaías Régis e Débora Almeida —, integrava o bloco de sustentação do governo. Débora, uma aliada de primeira hora da governadora, era a líder da bancada e o nome natural para representar o partido na CPI, garantindo uma voz governista na comissão.

Contudo, a chegada de Diogo Moraes mudou o jogo. Com o aval da executiva estadual, ele não apenas se filiou, mas foi imediatamente alçado ao posto de líder. Seu primeiro e mais contundente ato foi retirar o PSDB do "blocão" governista.

Na prática, a decisão tem um efeito matemático devastador para o Palácio do Campo das Princesas. A composição de uma CPI é proporcional ao tamanho dos blocos partidários. Ao encolher a base aliada, a manobra de Moraes reduz o número de vagas que o governo teria direito na comissão, abrindo espaço para uma composição mais independente ou alinhada à oposição.

A consequência direta é que a governadora Raquel Lyra, que é do mesmo partido, agora enfrentará uma CPI potencialmente mais hostil, sem a garantia de controle que sua base aliada projetava. A destituição de Débora Almeida da liderança simboliza a perda de espaço do núcleo mais fiel à governadora dentro da legenda. A nova configuração de forças na Alepe sinaliza que o governo terá que aprimorar sua articulação política para enfrentar uma investigação que se anuncia mais desafiadora do que o previsto. Foto: Lucas Patrício

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