Segundo Porto, a denúncia
surgiu após investigação interna conduzida pela Superintendência de
Inteligência Legislativa, que teria identificado Manoel como autor de um dossiê
anônimo contra a deputada Dani Portela (PSOL). O documento, que circulou entre
parlamentares, expunha informações pessoais da deputada e de sua família,
incluindo filhos e enteados menores de idade.
De acordo com a apuração
apresentada, no último dia 9 de agosto, Manoel Medeiros teria utilizado uma lan
house no Shopping RioMar para preparar o material, posteriormente gravado em um
pendrive. Imagens do circuito de monitoramento, exibidas durante a sessão,
mostrariam o servidor no momento da ação.
Além do episódio envolvendo
a deputada do PSOL, o secretário também foi apontado como “mentor intelectual”
de uma rede de perfis anônimos em redes sociais, supostamente financiados para
difamar parlamentares da Alepe, além de integrantes do Tribunal de Justiça de
Pernambuco (TJPE) e do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE).
Álvaro Porto destacou a
proximidade de Manoel com a governadora Raquel Lyra e a vice-governadora
Priscila Krause, lembrando que o secretário foi assessor direto de Krause por
mais de uma década e chegou a integrar a equipe de transição do governo.
“Se a governadora e a
sua vice vêm se valendo de um servidor público para tentar coagir ou
constranger uma deputada estadual no cumprimento da sua função fiscalizadora,
trata-se de situação absurda e alarmante”,
afirmou o presidente da Alepe em tom duro.
A denúncia gerou forte
repercussão entre os parlamentares. Deputados da base governista afirmaram
acreditar que Raquel Lyra desconhecia as ações de seu auxiliar, mas defenderam
que o caso seja apurado com rigor. Já os oposicionistas reforçaram a gravidade
do vínculo político de Manoel com as duas principais lideranças do Executivo
estadual.
Todos os parlamentares manifestaram
solidariedade a Dani Portela e cobraram providências imediatas, incluindo a
possibilidade de exoneração do secretário.
Em discurso emocionado, a
deputada Dani Portela afirmou que o episódio ultrapassou os limites da disputa política
e atingiu sua família.
“Não se trata apenas
de mim. Hoje foi contra mim, amanhã pode ser contra qualquer um de Vossas
Excelências que tenha coragem de fazer oposição. Meus filhos e enteados menores
foram expostos em um dossiê de denúncias falsas e eu ainda sofri ameaças”,
disse a parlamentar, reforçando que irá acionar o delegado-geral do Estado para
abertura de um inquérito criminal contra Manoel Medeiros.
A denúncia deverá ser
analisada no âmbito da CPI em curso na Alepe, além de possíveis desdobramentos
na esfera criminal. A pressão agora recai sobre o Palácio do Campo das
Princesas, que ainda não se manifestou oficialmente sobre a permanência de
Manoel no cargo.
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