Temporal desta terça-feira
(5) revive o mesmo drama vivido há anos, sem que soluções definitivas sejam
adotadas pela gestão municipal
A chuva intensa que caiu
sobre Buíque na tarde desta terça-feira (5) transformou o centro da cidade em
um verdadeiro rio. Ruas tomadas pelas águas, lojas invadidas, carros ilhados e
moradores ilhados dentro de casas e comércios marcaram mais um episódio de um
problema antigo que insiste em se repetir: os alagamentos provocados pela
deficiência crônica no sistema de drenagem urbana.
Vídeos circulam mostrando a água
avançando pelas calçadas, invadindo estabelecimentos comerciais e expondo a
fragilidade da infraestrutura da cidade frente a eventos climáticos cada vez
mais comuns e intensos.
“Todo inverno é a
mesma coisa. A chuva cai e o centro desaparece debaixo d’água. Até quando a
população vai ter que conviver com isso?”, questionou um
morador em postagem no Instagram.
Em episódios anteriores, as
intervenções são pontuais, paliativas e incapazes de enfrentar o problema real:
a ausência de um plano robusto de drenagem urbana para uma cidade que cresce,
mas segue com a mesma estrutura precária.
O tema não é novo para
engenheiros e urbanistas: Buíque possui áreas naturalmente mais baixas no
centro, com difícil escoamento de água, agravado pela impermeabilização do solo
e obstrução de bocas de lobo. Soluções apontadas por especialistas e já
debatidas em gestões anteriores incluem:
- Elaboração de um Plano Diretor de Drenagem para a cidade;
- Investimento em galerias pluviais mais modernas e com maior capacidade de vazão;
- Educação ambiental para reduzir o descarte irregular de lixo em vias públicas;
- Obras de micro e macrodrenagem em pontos críticos do centro;
- Criação de bacias de contenção e áreas verdes permeáveis para absorver o excesso de água.
Em pleno 2025, seguir
tratando os alagamentos em Buíque como um imprevisto é um desrespeito à
inteligência e à dignidade da população. As chuvas vão continuar. Os prejuízos
também, se nada for feito. O que falta, segundo os próprios moradores, é
vontade política e compromisso com planejamento urbano real.
No início do ano, o atual
prefeito, Túlio Monteiro (MDB), anunciou a implantação de um sistema de
canalização para desviar as águas pluviais, projeto este desenvolvido em
parceria com engenheiros e técnicos da TPC, empresa responsável pela obra. Na
época, dizia-se que a iniciativa busca solucionar definitivamente as enchentes
que atingem as principais ruas e avenidas da cidade, causando prejuízos
econômicos e transtornos à população. Até agora o projeto não saiu da intenção.
Enquanto isso, a cidade
segue navegando — infelizmente, não em progresso, mas nas mesmas águas turvas de
sempre.
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