A promotora de Justiça
Helena Capela, titular da 34ª Promotoria de Defesa da Saúde do Recife, afirma
que o Ministério Público vai aguardar a comprovação formal da aquisição antes
de decidir pelo cancelamento da audiência. “São dois problemas: a
superlotação dos hospitais e a retenção das macas, que inviabiliza o
atendimento da população. Isso realmente não pode acontecer”, declarou.
De acordo com Capela, até o
momento o Governo do Estado havia informado ao MPPE apenas sobre um processo
licitatório para a compra de 982 macas, número significativamente menor que o
anunciado na última quinta-feira (3) pela própria governadora. Segundo nota
oficial da Secretaria Estadual de Saúde (SES), foram adquiridos “10 mil
equipamentos, entre camas e macas hospitalares”, com entrega prevista
pelas empresas fornecedoras.
O debate sobre o tema não é
novo. A promotora explica que, em 28 de abril, o MPPE promoveu uma audiência de
instrução após receber ofício do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu
Recife), relatando graves dificuldades operacionais por conta da retenção de
macas em hospitais da capital e região metropolitana.
Na ocasião, participaram
representantes do Samu, das secretarias estadual e municipal de Saúde, além de
diretores das principais unidades hospitalares. Ficou acordado que o governo
estadual teria 90 dias para apresentar a distribuição dos novos equipamentos
nas maiores unidades e UPAs de Pernambuco, bem como um plano de monitoramento
para impedir futuras retenções.
Segundo a promotora, o prazo
ainda não expirou, mas o número crescente de macas retidas nas unidades voltou
a acender o alerta. “O que o MPPE espera é uma resposta concreta. O
quantitativo de 982 macas já se mostrava insuficiente. A nova informação
divulgada pela governadora precisa ser formalizada. Caso contrário, a audiência
pública do dia 15 será mantida e poderá ser o passo anterior a uma eventual ação
civil pública”, reforçou.
A SES divulgou nota
afirmando que os 10 mil equipamentos já foram adquiridos e que aguarda a
entrega por parte das empresas fornecedoras. No entanto, nenhum documento
oficial confirmando a compra foi encaminhado ao MPPE, conforme exige o
protocolo da promotoria.
Para o Ministério Público, o
debate sobre a gestão hospitalar vai além de uma simples aquisição de
materiais. Ele envolve planejamento, transparência e compromisso com o
atendimento público de saúde, principalmente em situações de emergência, como aquelas
enfrentadas diariamente pelas equipes do Samu.
A audiência marcada para o próximo dia 15 de julho, caso mantida, poderá abrir caminho para medidas judiciais em caso de omissão ou descumprimento das obrigações assumidas pelo Estado.
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