Fiscalização revela déficit
grave de profissionais de enfermagem e precariedade na assistência: “Cenário é
de descaso”, afirma Coren-PE
Uma fiscalização realizada pelo Conselho Regional de Enfermagem de Pernambuco (Coren-PE) no Hospital Monte Sinai, em Garanhuns, revelou uma realidade alarmante. Das 21 pessoas internadas na UTI da unidade em maio de 2025, oito morreram – número que acendeu o alerta do órgão e motivou ação emergencial.
A inspeção aconteceu em dois
turnos, entre a noite da segunda-feira (2) e a manhã da terça (3), e constatou ausência
de enfermeiros em setores críticos, além de um quadro extremamente reduzido de
técnicos de enfermagem, principalmente na emergência e na UTI, onde um único
técnico chegava a trabalhar 12 horas seguidas sem pausa.
“O hospital não tem
profissionais em número adequado, nem enfermeiro exclusivo para a UTI à noite.
A taxa de mortalidade chamou nossa atenção", afirmou Ivana Andrade, chefe
do Departamento de Fiscalização do Coren-PE.
Além disso, o Conselho
registrou uma prática irregular e ilegal: a classificação de risco na
emergência estava sendo feita por um técnico de enfermagem, função que, segundo
a Lei 7.498/86, é exclusiva dos enfermeiros graduados. A medida compromete a
triagem correta e coloca em risco a segurança do paciente.
O Coren-PE denunciou ainda
um “descaso institucionalizado” com a assistência em saúde. A precariedade na
equipe noturna foi classificada como “o cenário mais crítico” observado. “É
inaceitável que apenas um técnico de enfermagem cuide de toda a emergência por
12 horas ininterruptas. Isso compromete toda a qualidade e segurança do
atendimento”, declarou Ivone, também integrante da fiscalização.
O caso foi levado ao Ministério
Público de Pernambuco (MPPE). Em reunião com o promotor de Justiça de Defesa da
Cidadania de Garanhuns, Bruno Miquelão Gottardi, o Coren informou que
solicitará audiência pública para buscar soluções. No entanto, o Conselho não
descarta interdição ética da unidade e até mesmo o ingresso com ação civil
pública contra a direção do hospital.
A situação no Hospital Monte Sinai expõe a fragilidade de parte da rede de saúde privada no interior do estado e reacende o debate sobre fiscalização, regulação e garantia de assistência digna à população.
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